segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Será que o Brasil se sustenta?




Aqui em Gravatá, se houvesse um conexão consistente, seria um paraíso. Não gosto de dizer isto porque posso ser mal interpretada. Não faltarão pessoas dizendo que  não gosto dos meus netos e que estou dando graças a Deus porque aqui em Gravatá, os pais deles têm mais tempo para a eles se dedicarem. Digo apenas que, às vezes, tenho até saudade, mas refreio meus impulsos “avozísticos” e vou fazer outras coisas que também me dão prazer, fora teclar para municiar meu blog.

Entretanto, no fundo no fundo, é o que faço ao ler jornais e ver TV, pois tudo isto reflete-se em minha mente e termina de uma forma ou de outra caindo lá no blog. O problema é que nem sempre posso publicar, pois quando vou à internet, lá vem aquela tela horrorosa dizendo que não encontrou o servidor. Lembra-me logo das repartições públicas brasileiras onde nunca se encontra um servidor. E não é só no final do ano.

Nestas incursões pelo mundo da notícia, por outros meios, eu encontrei um texto do Clóvis Cavalcanti, a quem conheci um dia nas lutas pelo movimento verde, das quais me afastei um pouco, mas, reconheço nele um economista que fala a língua moderna de um desenvolvimento realmente sustentável. As críticas de alguns que ouvi na época de que ele agora estava mais verde do que a bandeira nacional  eram apenas vindas de pessoas de dentro do PV que hoje estão dentro do governo do Coronel Eduardo, que é verde por fora e vermelho por dentro.

Neste artigo ele vai ao ponto quanto à situação social e econômica do Brasil de hoje, o Brasil do PT, tendo como companheira esta grande base alugada de penduricalhos partidários. Ele conversa com algumas pessoas do povo, que mostram com muita mais veracidade a realidade do país, do que as análises eruditas. Eu mesma, já sabia através da Vilma, minha faxineira, que esta era a realidade: O Brasil virou o país da esmola e parece que agora, estão dando uma formação aos nossos jovens com a qual eles não morrem mais de vergonha ao recebê-la, e nem mais se viciam como previa a canção do nosso artista maior, o Luis Gonzaga.

O que ele deixa claro é que se assim continuarmos, não é só a vaca que vai para o brejo, vamos todos nós. Estamos nos tornando um país inviável social e economicamente, enquanto os políticos em busca de se manter no poder, a única coisa que fazem é distribuir bolsas aos pobres, e o que é pior, em troca de votos.

Quando eu leio nos blogs de Bom Conselho, que o governo do povo dançante tem como marcos fundamentais de sua administração, além das festas, um sopão e uma fábrica de vossouras, na qual a prefeitura entra até com as garrafas pet, eu fico mais do que constrangida. Eu fico com vergonha. É óbvio, que o sopão e a fábrica vai dar à Mamãe Juju, ou a quem ela apoiar uma porção de votos, e estes podem ser os votos de nossa perdição.

Havia esperança que a entrada do supersecretário fizesse com que a prefeitura, finalmente, depois de  3 anos, resolvesse cuidar da cidade como uma verdadeira prefeitura, mas, pelo que leio no Blog do Poeta, e até no Facebook, parece que ele não está fazendo as coisas mudarem por lá. E agora  que temos mais uma ano eleitoral, certamente, Bom Conselho vai viver de sopa e buracos tapados às pressas.

Porém, sentei aqui apenas para usar o Control-C, Control-V, para transcrever o texto do Clóvis Cavalcanti que foi publicado no Diário de Pernambuco de ontem, com o título de: “Atraso persistente do Brasil”. Leiam, reflitam, e influam para que não cheguemos tão depressa ao brejo. Eu, estou me preparando para ver o Natal de Gravatá, que dizem estar uma beleza, sobre o que escreverei depois, e publico quando a minha conexão der bom tempo.

Fala-se constantemente sobre a ocorrência de um processo de ascensão social no Brasil na última década. Não consigo me convencer de que isso seja verdade. Pelo menos, na minha compreensão, se existe, não se trata de um fenômeno sustentável. Na semana passada, conversando com um frentista do posto de gasolina onde abasteço meu carro, indaguei por que há tanta mudança no quadro de empregados dali. Ele me disse que é uma dificuldade estrutural – chamemo-la assim (interpretação minha). Não se consegue contratar gente “responsável”. Ninguém quer trabalhar. As pessoas de perfil de renda mais baixo preferem, segundo o frentista, o benefício de uma bolsa qualquer dessas que o governo distribui em abundância. Tais pessoas, jovens, não se guiam por princípios de civilidade. Nas proximidades fica um bairro periférico de Olinda, a Ilha do Maruim, onde se poderia recrutar mão de obra. Mas o nível de educação dos candidatos é muito fraco. O frentista me contou que ouviu de mais de uma professora pública do lugar como a vida delas não é fácil. Por exemplo, recebem ameaças de alunos que pedem para não colocarem falta nos dias em que não vão à aula. É para garantir a migalha da esmola do governo. Uma professora da comunidade do convento franciscano de Olinda, por sua vez, frequentadora da missa a que assisto, relata histórias que dão conta da educação lamentável que se oferece à juventude.

É óbvio que uma sociedade que não ataca com disposição a questão de educar os moços está fadada a destino miserável. Não importa que as pessoas consumam, ainda mais quando se trata de um consumo tão oco como este do período natalino. Crédito? Sua expansão é só o prelúdio da formação de bolhas financeiras que, mais cedo ou mais tarde, explodirão, como ocorreu nos EUA em 2008, acontece neste momento na Europa, pode manifestar-se aqui. De forma paralela, o quadro da saúde brasileira é dos mais tristes. O tratamento do ex-presidente Lula, beneficiado com todos os privilégios a que tem acesso a classe rica – o 1% do movimento “Occupy” – evidencia uma realidade cruel do país. Essa realidade se traduz no fato, por exemplo, de que, no Brasil, o número de pessoas que não têm acesso a saneamento básico (situação que ilustra um quadro de extrema pobreza), em 2010, era muito maior do que toda a população do país em 1940: 106 milhões contra 41 milhões de habitantes, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico. Não dispor de saneamento no domicílio indica melhor a miséria do que dados de renda por pessoa. Ou se consegue conceber um ser humano vivendo bem e que não possua saneamento básico em casa? Eu seria um desgraçado se me enquadrasse nisso.

Que adianta ter celular, forno de microondas, um carro comprado a prestação pesada, se os filhos não estudam de fato? Mesmo a saúde dos afluentes não garante bem-estar. A irmã de uma nora minha, residente na Holanda, onde tem cobertura da saúde pública, possui plano aqui também.

Neste mês de dezembro precisou ser operada no Recife; foi um drama, semanas de tempo perdido na seguradora, mal-estar indizível. Isso, no caso de quem pode pagar. E quem não pode?

Vivemos um atraso persistente e insuportável.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário