segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Dandinho e o caso da Pousada Lagoa Seca



Estava escrevendo sobre outras coisas, começadas em meu retiro forçado em Gravatá, quando vou à AGD (A Gazeta Digital) e vejo um texto do Zé Carlos, comemorando 300.000 acessos. Eu adorei, porque tenho uma participação muito boa no empreendimento, que foi gerado quase como uma resposta aos caçadores de anônimos que levaram o Blog da CIT ao cemitério dos blogs.

Parabenizo a AGD, mas, o tema que me leva a participar destas comemorações é o mesmo de que trata o Zé Carlos, que é a nota do Dandinho (nome carinhoso que uso para me referir ao presidente de nossa câmara de vereadores). Se formos colegas a partir de 2016, na Casa de Dantas Barreto, só o chamarei por este epíteto, devido a ser ele um rapaz muito jovem, e pelo que fez, pouco experiente em política.

Um anônimo, que queria Acordar Bom Conselho, deixou um recado no Mural da AGD, onde se revelou um autêntico homofóbico que é aquele que usa termos como “gay”, “lésbica”, “homossexual” e outros do gênero, como se fossem pejorativos e com o intuito de agredir as pessoas, aproveitando-se do preconceito reinante em nossa sociedade.

Naquele mural, encontrei este “acordador de cidades” numa atitude de homofobia explícita. Há algum tempo o Pedro Feliciano Piston publicou, pela milésima vez, no mural, que era o Zé Carlos que escrevia por mim. E diante do silêncio de sua pequena plateia, ele partiu para a homofobia zombando do Zé Carlos por ter se transformado em mulher. É sempre o mesmo espírito preconceituoso contra os homossexuais, que tanto odeio.

Se é verdade o que diz o Acorda Bom Conselho, a respeito do Dandinho, em seu recado, o único ato que eu e qualquer cidadão de Bom Conselho merece prestar atenção é o uso do carro da câmara nas andanças privadas. O que o Dandinho comeu e bebeu é um problema dele ou da polícia de onde ele andou, e se cometeu um crime que seja julgado legalmente, e depois politicamente pela população. Eu não acredito que o HOMEM PÚBLICO tenha uma vida particular indevassável. E o vereador é um homem público por excelência. Nada contra que se divulguem os fatos sobre ele, mas, sou contra os juízos de valor que estão embutidos em sua divulgação. Ora, o Bardo de Arapiraca insinua gostar de novela (apesar de negar) e não perde uma ação do Félix, mesmo no barbeiro. Por que eu divulgaria este fato criticando-o por esta atitude? Mesmo se alguém se comporta como o Félix, isto não é motivo de crítica, a não ser que ele use o patrimônio público de forma inadequada.

Então o Acorda Bom Conselho perdeu a oportunidade de dizer apenas o essencial, que, repito, se verdadeiro, desabona a vida política do Dandinho: Uso do patrimônio público por servidor público para fins particulares e arruaças. Poderia até falar de sua vida sexual mas sem tentar despertar no leitor o sentimento de homofobia, proveniente do nosso machismo exacerbado.

Grande parte das palavras anteriores eu escrevi no próprio mural da AGD e as reproduzo aqui pela sua ainda atualidade. Mas, no dia 2 próximo passado, o Dandinho publicou uma nota, que é reproduzida pelo texto do Zé Carlos na AGD (aqui), onde ameaça a Deus e o mundo com medidas jurídicas contra o que divulgou o “acordador de cidades”.

O Dandinho zangou-se com ele, igual a mim, pela sua atitude homofóbica. Quanto aos outros pontos, como arruaças e uso de carros públicos, o que ele diz é relevante se for verdade. Quanto ao anonimato, todos sabem meu pensamento a respeito, e o mantenho, mesmo que não o use. O Dandinho está no seu direito de se defender das acusações. Não concordo é com a ideia da AGD filtrar as informações no mural. Para mim, censura nunca mais! E não é possível distinguir entre filtrar e censurar. Já acho até que o Zé Carlos filtra demais, embora negue.

Eu nunca vi uma repercussão tão grande de um simples recado. O Dandinho também não enviou uma cópia de sua nota para o meu blog, que, embora o mais lido (modesta à parte) é sempre discriminado pela blogosfera poetiana. Eu vi um texto do Blog do Geraldo Mouret, que também não publica a nota do jovem edil, que merece ser aqui citado:

Quem ocupa cargo público, precisa ter outra postura. não porque seja diferente de tantos outros brasileiros, garanhenses (sic), alagoanos ou bonconselhenses. Mas deve se portar com decência, dignidade de quem chegou ao cargo que ocupa graças ao povo. agora imagine sair de sua cidade, seja a passeio ou a trabalho, e “aproveitar”, para tirar o atraso de todas as meninices. caso você seja apenas um empresário, estudante, ou mesmo um trabalhador autônomo, pode causar algum estrago. As pessoas vão dizer, tinha que se de tal lugar - referindo-se a sua cidade. Moral da história. Você estará fazendo uma má propaganda de sua querida terra natal. mas quando você é um líder de algum dos poderes constituídos, seja executivo, legislativo ou judiciário, o estrago é maior ainda.”

E lá no mural eu ainda dizia: “Perguntar não ofende: Será que ele se refere ao Dandinho?

Com a nota do Dandinho todas minhas dúvidas se dissiparam, e eu agora sei que o Mouret se referia a ele. Eu não posso presumir que ele tenha tirado tantas conclusões do recado do Mural. Penso que ele tem informações que não foram colocadas na postagem e que vieram de outras fontes. Se estou certa, a suspeita de que alguém sujou o nome da cidade em alguma localidade recai sobre o Dandinho. E se este caso ficar sem a devida apuração todos sofrerão mais.

A nota do Dandinho, que começa dando trela a um texto que ele diz ser “falso e pobre”, já contradiz esta informação por ter dado tanta importância a ele, ao ponto de movimentar toda a mídia bom-conselhense em torno do caso. O que desconfio é que foi o texto do Mouret quem teve mais influência na atitude do Dandinho.


Até o momento, os blogs que publicaram a nota do Dandinho, o fizeram de maneira formal e sem comentários. Por que? Hoje o Poeta promete uma entrevista com o Dandinho em sua rádio. Deveria também chamar o Geraldo Mouret, como entrevistador, para que não pairem dúvidas sobre o comportamento do jovem edil. Como sua rádio não tem muita audiência ele deveria mandar uma cópia da entrevista para Rádio Papacaça. Só com o telefone da pousada, as dúvidas permanecerão. A não ser que alguém queira usufruir do que a pousada tenha de melhor para férias no legislativo.

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