quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A PARTÍCULA DE DEUS




Eu, ontem, quase tenho os ouvidos estourados, igual ao Açude da Nação, pela Partícula de Deus. Para aqueles que não lêem ou não vêem TV, eu tento explicar. Tempos atrás uns cientistas desconfiam da existência de algo, que é tão pequeno quanto grande é o nosso Universo. É uma partícula que explicaria porque existe matéria neste vasto mundo de Deus, além da força da gravidade e o próprio mundo. Dizem que ela foi criada no Big Bang o qual foi o momento em que houve a criação do Universo, e que a Bíblia descreve tão bem no Gênese. “Fiat Lux!”, lembram?

Todos sabem que sou religiosa, e da religião católica, embora alguns não me achem tão católica assim. Mas, ao contrário do Zetinho, gosto de discutir o tema Religião e sempre que posso coloco minhas ideias para fora. Quando vi a coisa da Partícula de Deus eu fui ler a respeito.

Não demorou muito para descobrir que a Ciência vai tanto ao encontro de Deus, que um dia irá encontrá-lo, embora, atualmente, ainda acredite num meu guru, o Francis S. Collins (ver lá embaixo), que é um cientista cristão, quando diz que os caminhos que levam a Deus são diferentes daqueles usados pela Ciência, mas terminam levando ao mesmo lugar onde está Deus.

O problema é só de método de conhecimento. Faz tanto tempo que não leio o Collins, que meus neurônios, mesmo sendo o dobro daqueles da presidenta pois são dois, já andam um pouco desgastados, mas o argumento básico é este: Se Deus existe, não pode ser uma coisa natural e sim sobrenatural, e os fenômenos sobrenaturais tem outros métodos para serem tratados.

Mas, é razoável e salutar que se tente fazer analogias entres as descobertas científicas e a existência ou não de Deus. O que posso dizer agora, com o tempo que tenho, pois a política me toma quase todo, é que, quando encontrarem esta partícula, não vão encontrar Deus segurando nela. Vão surgir outras teorias que dirão, bem, agora encontramos o “bóson de Higgs” a Partícula de Deus, mas não encontramos Deus, nem nos tornamos Deus, pois há outras menores ainda. Vamos procurá-la! Bem, quem procura acha, não é mesmo?

Minha ideia é resumida divinamente por uma citação que li no livro principal do Collins (A Linguagem de Deus) e que diz o seguinte:

Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância; vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; à medida que se puxa para a rocha final, é saudado por um bando de teólogos que estiveram sentados ali durante séculos.”

Por mim eu parava meu texto aqui. Isto é para que vocês vejam como estou engajada no meu projeto anti-prolixidade. No entanto, vejo em meus sites nobres, no meu Blog, que o conterrâneo e amigo Roberto Lira, parou um pouco de jogar tênis e movimentou outra vez seu excelente blog Ilha de Pala. Lá, ele cita de forma adequada um texto que o Ronaldo Dias havia citado no Mural do SBC, sem o cuidado devido.

E aí se acendeu em mim outra vez a partícula da prolixidade, pois, este assunto não pode ser tratado com poucas letras, ou pelo menos, eu não estou treinada ainda. Basta ver os diálogos entre o meu ateu preferido Cleómenes Oliveira com o meu agnóstico preferido o Roberto Lira, lá no finado Blog da CIT.

Pela minha dieta de uso de letras eu não comentarei diretamente o texto exposto pelo Roberto Lira em seu blog (veja aqui), mas, o comentarei com uma defasagem de mais de dois anos, pois sei que dois anos para Deus e para Ciência é uma fração de segundo para nós. Pouca coisa mudou, com exceção da Partícula de Deus.

Para vocês sentirem minha doença, a prolixidade, da qual agora estou fazendo tratamento, o que segue abaixo era menos de um quinto, de uma postagem minha no Blog da CIT, que pode ser vista aqui. Lá vocês irão ver que eu já arengava com o filho do Andarilho, era amiga do Sr. Ccsta, elogiava os artigos da Diva, trocava ideias com o Gildo e respondia ao Roberto Lira, tentando meter o bedelho em seu diálogo de alto nível como Oliveira, meu colega ateu cristão.

Caro Roberto Lira, eu e o Oliveira (é assim que chamamos o nosso ateu Cleómenes aqui) temos conversado muito, e ultimamente, o assunto é você. Ele já era meio doido, mas agora só não atira pedra se não encontrar. Inventou um tal de diálogo com você, que li o que foi publicado, e agora só vejo ele com os livros do ateu mor, Dawkins, querendo acompanhar o seu pique. Eu digo a ele: "Oliveira tu não vás agüentar, o Roberto é um bicicleteiro, pense no fôlego e na saúde que ele tem. Tu, com este físico de tísico que parou o tratamento, não vás muito longe."

Este é o nível de conversa que às vezes tenho com o Cleómenes. Discordamos quase sempre em matéria de religião ou não religião, mas concordamos em um monte de coisas da vida. Pelo que li de você, pela sua sensatez de candidato a saniaze, faço uma ilação que me leva à pergunta: Será que todo cara que é não religioso tem o caráter e a bondade do Oliveira e do Roberto? Meu não fundamentalismo vem, em parte, daí. Quero ir para o céu, e estar sentada a mão direita do Pai, quando morrer, mas para isto não preciso levar ninguém comigo, à força. Não preciso batizar índio na porrada, nem dizer que escravo não tem alma, por que não é católico. Simplesmente acho que quem não é batizado não vai para céu quando morrer, mas tem muitos batizados que também não irão e não merecem ir, além de acreditar que podem existir outros céus que não o meu.

Escrevi alguma coisa para o Cleómenes quando ele me mostrou um seu e-mail, que queria participar do diálogo de vocês. O problema é tempo. E o dele também. Mas, no diálogo, é muito bom mesmo que estejamos em lados opostos ou, para ser mais realista, em lados diferentes. Com você eu discutiria somente a não-religiosidade e com nosso ateu deveria ir mais além, e discutir a não existência de Deus, o que você diz e com razão, num dos seus artigos, que para isto deveríamos definir Deus, para saber do que estamos falando, e aí o papo já seria outro. Pois digo a ele, e o cabeça dura não compreende que, se não concordamos com o que estamos falando, ou quando um Deus de um é uma coisa e Deus de outro é outra coisa, entramos numa discussão estéril e inútil. Torna-se uma questão de preferência: Sou ateu graças a Deus, creio em Deus graças a Deus. Portando pulemos esta parte, para quando você, com quem converso agora, se tornar ateu, igual ao Cleómenes. Que Deus te livre! Deus existe e revogam-se as disposições em contrário.

Voltamos às religiões, da idade da pedra, primitivas e modernas. Todas falam em Deus e se não falam não são das religiões que estamos falando. São doutrinas filosóficas e doutrinárias que não serão levadas em conta aqui, sem nenhum desmerecimento. Qual o verdadeiro Deus? Para mim é o Deus de Abraão, Isaac e Jacob. Aquele mesmo do Velho Testamento, que você diz ter deixado de acreditar desde muito tempo, que ditou para os seus profetas e santos as Sagradas Escrituras, e nos enviou o seu Filho, para dar-nos a salvação, se quisemos sermos salvos, e que através dele nos deixou as palavras certas para construirmos um mundo de fraternidade e amor aqui na terra, e para quem nele crer não pereça mas tenha a vida eterna.

O bom destes diálogos é que devemos voltar a ler, nem que seja à força. Fui reler meus gurus, estou longe de terminar, nem sei se vou, mas aqui cito um deles a quem depois voltarei se decidir entrar nesta conversa de vocês (Será que estou ficando maluca? “Hare baba!”). É o Francis S. Collins. É um cara que começou físico, foi ser biólogo e parece que agora é médico e matemático, e seu principal cacife nesta matéria é ter sido o Diretor do Projeto Genoma e é um crente. Em seu livro A Linguagem de Deus, penso que você conhece, e eu estou procurando um .pdf na rede para indicá-lo à nossa biblioteca, ele tem uma pergunta central:

“... nesta era moderna de cosmologia, evolução e genoma humano, será que ainda existe a possibilidade de uma harmonia satisfatória entre as visões de mundo científica e espiritual? Eu respondo com um sonoro sim! Em minha opinião, não há conflitos entre ser um cientista que age com severidade e uma pessoa que crê num Deus que tem interesse pessoal em cada um de nós. O domínio da ciência está em explorar a natureza. O domínio de Deus encontra-se no mundo espiritual, um campo que não é possível esquadrinhar com os instrumentos e a linguagem da ciência; deve ser examinado com o coração, com a mente e com a alma - e a mente deve encontrar uma forma de abarcar ambos os campos.”

É com este espírito que talvez entre na conversa, tentando mostrar que as religiões organizadas tem um relevante papel na busca de respostas que são imanentes ao ser humano e, que o Deus de Einstein, que criou tudo e depois foi descansar e, talvez, viver com o auxílio do Bolsa Família, não é a explicação cabal para a Lei Moral que existe dentro de cada um de nós, e que a fé no Deus completo, com que elas lidam desde o primeiro humano, parece mais racional do que parece. Por acaso, coincidência ou mesmo pela vontade de Deus nasci católica, e penso mostrar, quanto esta religião pode ser importante, assim como todas as outras, na resposta de nossas indagações. Entretanto, temos que discutir com a religião católica que acreditamos esteja dentro de nós. Fatalmente não é mesma de certos bispos e mesmo papas, que pensam que a Lei Moral se aplica de fora para dentro e não o contrário. Será que terei tempo de me explicar antes de morrer? Aviso: Não quero ser bispa em Rainha Isabel, prefiro Caldeirões.”

Eu escrevi isto em agosto de 2009, e hoje, a única coisa que eu mudaria era que não quero ser mais bispa nem de Caldeirões. O Xico Pitomba está à espreita. Cruzes!!!

Um comentário:

  1. Amiga Lucinha Peixoto... bons dias!
    Eu realmente estou parado de jogar tênis, ou melhor, o meu ortopedista me fez parar ao colocar dois parafusos no meu ombro para aparafusar um músculo que foi desparafusado numa queda de bike. Segundo o doutor, o aparafusamento se fazia necessário para eu possa continuar jogando meu teniszinho,nos poucos anos de vida que me restam (eu vou é virar Matusalém, kkkkkk). Feito o aparafusamento, ficou a minha tristeza em não poder jogar durante seis meses. Ainda bem que o meu caso não foi igual o Ana da novela A Vida da Gente. Tadinha, ela ficar sem jogar é pior do ter perdido o indefinido Rodrigo. Atualmente, eu assisto quase todo dia essa novelinha da Grobo. Dessa eu estou gostando, não sei você.
    Essa minha última movimentação no Ilha de Pala, apesar da minha preguicite aguda, foi realizada do nosso (Ah!)Recife, onde estou de passagem para passar as Festas em nossa querida Bom Conselho.
    Quanto a esse seu texto, ele me fez sentir saudades do grande dialogador Cleómenes de Oliveira. Hoje, sei que sem os desafios promovidos por aqueles diálogos eu não teria contraído essa enfermidade de bloguear. Criei o Ilha de Pala na expectativa de que surgissem dialogadores do naipe do Oliveira para alimentar minha motivação em escrevinhar e, assim, compartilhar as escrevinhações com outros que tivessem interesse pelos assuntos tratados. Decepcionado, descobri que foi uma ilusão pensar que surgiriam outros Cleómenes de Oliveira, que poderiam manter-me motivado em escrevinhar. Hoje, estou mais para leitor de carreirinha nos blogs alheios.
    Como você já percebeu o meu rebento (o Ilha de Pala) anda meio moribundo. Não sei até quando ele vai resistir devido ao estado em que se encontra, meio vivo meio morto. Eu mesmo respondo. Até quando algum Deus quiser. Essa resposta é na esperança que o Oliveira se levante da tumba onde se escondeu e assim como uma fênix ressurja das cinzas. Mas,como não sou religioso e logicamente não acredito em ressuscitção, a esperança da vez é que você, vez por outra, me de uma canjazinha para que o Ilha de Pala, mesmo com nutrição parenteral, mantenha-se vivo.
    Um grande abraço, Boas Festas e Felizes Anos Novos.
    Roberto Lira

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