terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A entrevista do Dandan à "imprensa local". Me engana que eu gosto!





O prefeito de Bom Conselho, a quem eu chamo carinhosamente de Dandan, reuniu a “imprensa local” para um entrevista (veja o vídeo no final desta postagem) onde o principal assunto era o fechamento da prefeitura durante esta semana, segundo ele, com o intuito de produzir um relatório que mostre a “real situação” da prefeitura. Foi a primeira vez que vi algo abrir e logo no início fechar para balanço.

Ontem eu ouvi a entrevista e começo a comentar do começo, como faria o Conselheiro Acácio, procurando discutir o que é realmente a imprensa local de Bom Conselho. Isto o faço, em parte, por não ter sido convidada para a entrevista, pois meu meio de comunicação é um dos mais lidos pelos bom-conselhenses, e me considero da imprensa local.

O que ouvi pela Rádio Web Poeta foi quase um entrevista do Dandan ao Poeta, com uma intervenção muito pequena de um rapaz chamado Geraldo Moret, que sinceramente não sei quem é. Embora para ser justa, sua pergunta (uma só, se não me engano) foi a única que não foi uma levantada de bola para o Dandan. O resto foi o Poeta e o Dandan. Parece até que tudo já estava combinado, para que o jovem prefeito mostrasse toda sua inexperiência política, coadjuvado pelo Poeta, que como jornalista seria um grande Poeta, se soubesse a língua pátria.

Digo inexperiência política porque a ideia de fechar a prefeitura para fazer um balanço é um desrespeito aos clientes, que, neste caso foram desrespeitados como cidadãos com direitos ao uso dos serviços da prefeitura que é deles e não do prefeito. Se a moda pega, a cada mudança de governo, as prefeituras destes Brasil todas fechariam as portas, por uma semana. Na entrevista, eu não ouvi nenhuma explicação se a operação padrão interna, se estendia aos coveiros, segurança e lixeiros. Será que o assalto a um motel no bairro de São Rafael já foi uma consequência da operação padrão da prefeitura?

Mas, vamos em frente e vamos ouvir a entrevista outra vez ponto por ponto.

O Poeta começa surpreso porque o Dandan tomou posse no dia primeiro e no dia 2 já estava trabalhando, e a pergunta resume toda a entrevista do lado do entrevistador. “... o seu senhor se assustou com o que viu para tomar esta decisão?” [de paralisar o atendimento ao público]. Ou seja, já estava tudo combinado para fazer um cotejo entre a administração que sai e a administração que entra, com o intuito de culpar a primeira pelos possíveis problemas que a última enfrentará.

Do ponto de vista do entrevistado, a resposta também foi característica e até um pouco otimista pois ele diz que não ficou assustado, porque com a ajuda de Jesus Cristo e dos companheiros ele enfrentará tudo. Eu avisei aqui, há muito tempo, que o programa de governo, da campanha do Dandan, era impossível de executar, diante da situação real dos municípios, e continuo dizendo. Eu penso que ele já sabia, e o apelo para Jesus Cristo agora, é até uma heresia.

Nota-se que o Poeta conversou antes com o Dandan e ele disse que tinha dias que receberia 130 pessoas na prefeitura (comentei isto em postagem anterior), porque quando indagado pelo Poeta sobre o tema, ele não menciona este número. A resposta apenas nos dá a impressão de que o Dandan fechou a prefeitura com medo da invasão de gente, apesar de dizer o contrário. Eu ontem fui até injusta com ele quando perguntei se o que estas pessoas iriam fazer lá era beijar sua mão. Não era, e ele esclareceu. As pessoas estavam procurando emprego, e aí ele usa o “desenvolvimento garantido” como sua promessa básica. Me engana que eu gosto.

A intervenção do Geraldo Moret, apesar de ser de um melhor nível do que a do Poeta, eu diria que foi uma levantada de bola em melhor estilo, quando ele pergunta se o problema que ele encontrou na prefeitura era porque os recursos não foram encontrados lá ou é porque eles estão mesmo difíceis de encontrar. E foi aí que o Dandan começou a revelar o objetivo da entrevista “coletiva” que era apenas dizer: “olha, encontrei uma situação terrível e agora é que estou vendo o buraco em que me meti”. Por falta de aviso meu , não foi.

Bem, depois de dizer que as secretarias de Educação e Saúde estavam funcionando muito bem, o Dandan só recebeu bola do Poeta, e como faz meu neto Júlio, ele matava (sem trocadilhos), dominava e tentava chutar a gol. E penso até que o Geraldo deve ter deixado o recinto, para não ouvir mais tanta besteira da boca do Poeta. Eu não sei nem se o Tiago Padilha participou da entrevista. Se o fez entrou mudo e saiu calado.

E segue a entrevista, com o Poeta fazendo as perguntas combinadas sobre demissões, carros-pipas (o Dandan disse que estava contratando mais 7 carros-pipas, logo a conta do mentiroso, como se dizia lá em Bom Conselho), saúde (que com a ajuda de Deus o Dandan contratará mais alguns médicos), carros para transportar alunos (pelo jeito parece que a educação só depende dos ônibus para ser um setor eficiente, espero que o Poeta tome um ônibus destes), estradas, etc.

E aí vem a pergunta fundamental. “E o município está no vermelho?” Segundo o Dandan, está mais do que no vermelho, e que o relatório do final da semana vai dizer como tudo está. Como eu já disse vai sobrar para Mamãe Juju, que deveria reativar seu blog para se defender do que vem por aí. Se não quiser reativar o meu está à sua disposição, talvez um pouco por solidariedade feminina, pois nenhuma mulher estava na entrevista “coletiva”.

Segundo o Dandan ele precisa de um levantamento para saber a real situação do município, mas, já sabe que é muito ruim. Virou um samba do “não crioulo doido”, principalmente quando ele diz que está de mãos atadas para tomar qualquer decisão. Então pode ser que a situação não esteja tão ruim assim. Vocês entenderam? Eu não! Talvez, o Dandan realmente não saiba ainda a situação real do município, ou pense que ela seja boa, pois se não fosse assim ele não teria passado a noite de sexta-feira tocando triângulo na FESTA DA AMIZADE.

Finalmente, chegamos ao final, e o Poeta deve ter olhado seu papelzinho onde havia escrito as perguntas combinadas com o prefeito e restava ainda o problema do açude da nação e do parque de exposição para cotejar as ações do prefeito com a administração anterior. Eu poderia até dizer que aqui se faz aqui se paga, pois, a Mamãe Juju fez o mesmo com seu antecessor. E no final das contas, no final de governo todos dirão que não fizeram nada pela situação de caos que encontraram o município. E o povo, desinformado, continuará na mesma. Eu faço como Dandan, e peço a ajuda de Jesus Cristo para que eu, como jornalista, possa informar ao povo e contribuir para apurar o mais próximo da verdade possível. Infelizmente, Ele não está entre as minhas fontes.

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