Por Ateneia Feijó
Estava a fazer uma arrumaçãozinha numa prateleira da estante
e caiu-me nas mãos a Revista do Brasil, nº 1, de 1984. Não resisti e reli
“Bolívar e a pátria americana”, um artigo de Darcy Ribeiro, naquela época
secretário de Ciência e Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
E vice-governador de Leonel Brizola, fundador do Partido
Democrático Trabalhista (PDT).
Entre os temas abordados nos discursos de Bolívar, Darcy se
referia ao da complexidade da identidade latino-americana e ao desafio de
formular o projeto político que permitisse unificar os americanos do Sul numa
federação nacional. Na qual, nenhum deveria ser fraco em relação a qualquer
outro; nem mais forte.
Darcy enxergava o ideal bolivariano nas gerações de seu
tempo (e nas que lhe sucederiam) em luta pelo nascimento da “Nação
Latino-Americana”. Acreditava que isso seria possível.
Mais: que ela garantiria liberdade, justiça social,
igualdade e “coragem de lutar pela beleza e pela felicidade humana”. Darcy
enaltecia a utopia bolivariana.
No ano anterior à publicação da revista, se comemorara o
segundo centenário do nascimento de Simon Bolívar, falecido em 1830. Mesmo
derrotado em seu megaprojeto, o “herói libertador” continuou inspirando
ideólogos contemporâneos. A começar por Brizola, que defendia o “socialismo
moreno”.
Porém, Brizola não conseguiu ser eleito presidente do
Brasil. Apoiou Lula no segundo turno das eleições de 1989 ao transferir para
ele os votos de seu eleitorado. Mas o petista perdeu.
Em 1990, inconformado com a queda do Muro de Berlim, Fidel
Castro procurou Lula para criar o Foro de São Paulo. A meta? Derrubar o “neoliberalismo”.
Para isso, a jovem revolução da Venezuela passou a financiar com barris de
petróleo a velha revolução de Cuba; pagando os serviços cubanos de assistência
social, saúde e educação.
Com o óleo venezuelano, o comando político permanece em Cuba.
Já o Mercosul transformou-se em um tratado de integração de força econômica e
política. Mais política do que econômica. A luta atual é para mitificar ídolos
de carne e osso.
Bolivarianos são otimistas em qualquer situação. Até o
momento em que escrevo não observei qualquer sinal de luto nos olhos e na
expressão facial das autoridades latino-americanas visitadoras de Chávez em
Havana.
Esta resumidíssima história pode ser lida de diversas
formas, com liberdade de opinião. E em nome dela, sabe o que me disseram? Que
Chávez pode ter sido sequestrado pelos hermanos Castro. Quanto vai custar o
resgate?
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(*) Publicado em 22.01.2013 no Blog do Noblat. A Ateneia vai
ao ponto. Só há uma explicação para o sumiço do Chavez: Sequestro. E pelos
irmãos Castro. Ora, vendo eles que mesmo ganhando a eleição ele não poderia
assumir pela lambança que a medicina cubana fez com o bolivariano, e se ele não
assumisse eles correriam o risco de não ter mais a cota de petróleo e gasolina
doada por ele, não houve jeito. Sequestraram o homem. E quanto mais tempo ele
ficar encarcerado e o povo venezuelano enganado, melhor para os cubanos que
ainda comem e andam de automóvel.
O que se estar fazendo com o povo venezuelano é de uma
crueldade atroz. É o povo mais enganado do planeta depois dos coreanos do norte
e dos brasileiros no governo Dilma. Imaginem se o que se estar lucubrando for
verdade, de que o ex-apedeuta-mor quer agora transformar a faxineira em
gerente? Vai ser uma geleia geral. Cruzes!
Eu como não brinco com os enfermos, como o fez o Zezinho em
texto anterior (aqui)
na AGD, não vou jamais rezar por uma bactéria. Seria um sacrilégio. Eu rezarei
para que Deus faça o melhor para o povo venezuelano, da mesma forma como rezei
na enfermidade do Lula. E que Ele faça a sua parte. (LP)
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