sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A GAZETA 327




Ontem mandei buscar A GAZETA na casa do Zé Carlos. Veio a edição 327, quando ainda era Natal. Folheei primeiro e depois comecei a ler, desde o editorial. Será que é o Jodeval ainda que o escreve, mesmo às voltas com o seu novo jornal em Garanhuns? Pelo jeitão é. O incentivo à organização, ao coletivo, ao incentivo do setor público, etc. caracterizam bem sua ideologia socialista. Eu apenas digo, que vivemos esperando ações coletivas, e sempre com o apoio do poder público, há mais de 500 anos. E só recentemente, depois do Collor abrir os portos do país às nações amigas e inimigas, estamos descobrindo que só o esforço individual leva um povo a conquistar o progresso, pelo menos dentro dos padrões que até os chineses hoje acham que é progresso.

O que diria às pessoas que me leem, é que se tiverem iniciativa de organizarem a produção para que esta incentive o desenvolvimento individual, tenho certeza Bom Conselho  passará à frente de outros municípios. Não se espere muito do Dandan e de seu “desenvolvimento garantido”, pois não passa de um slogan eleitoral. Na minha meninice e juventude em Bom Conselho, o que deu a Bom Conselho o progresso que ainda hoje quase continua o mesmo, foram a iniciativa de homens que, de uma maneira ou de outra, lutavam pela sua sobrevivência e seu esforço individual concorria para o crescimento dos outros.

Eu não sou tão liberal quanto aqueles que não acreditam na intervenção do Estado de forma nenhuma ou de forma mínima, mas, sou o suficiente, pelas lições da história, para acreditar que sua interferência deve ser a mínima possível, e a maior de todas deve ser o incentivo à iniciativa individual com seus custos e benefícios. Já fui um dia adepta do Estado de Bem Estar, antes de saber que o peso ostensivo do Estado leva sempre à acomodação social e ao retrocesso. Basta ver o que estar acontecendo na Europa. Não podemos acabar com a civilização para beneficiar apenas uma ou duas gerações. Isto para não falar nas experiências socialistas que só não foram um desastre completo para aqueles que ainda acreditam no sonho comunista, mesmo que não o digam, como Niemeyer.

Mas, deixemos o editorial de lado e passemos ás homenagens a Luiz Gonzaga. Já havia lido a do Zé Carlos na AGD, e li as outras, todas tentam fazer justiça ao Rei do Baião, que se houvesse se integrado a alguma ONG cultural hoje seria apenas mais cadáver no cemitério de Exu.

E passo ao que achei importante neste número, que foi a coerência do Luis Clério depois da derrota da Mamãe Juju. Vi que ele fez o que pôde, mas, não seria suficiente, diante de tantos erros que foram cometidos pela minha colega de gênero. Até a 25ª hora eu acreditava que o candidato da situação seria o super secretário, o Manuel Luna. Não via nenhuma chance, depois daquela renúncia Porcina, e do envolvimento desastroso de sua família em seu governo e cercanias, em sua vitória. E ainda teve mais a fuga do Isaltino, porque não podia dirigir, depois de prometer apoio, e também as candidaturas do Boanerges e do Washington que parecem ter sido o maior prêmio dado ao Dandan. Mas, como se dizia, aí “águas passadas não movem moinhos”, embora tenha sua importância mais abaixo.

E o pior é que eu não vejo como o Dandan entregar o seu “desenvolvimento garantido”. E não é nem pelos seus defeitos (um deles a inexperiência e não vou nem citar outros pois estou tentando me curar da minha prolixidade) e sim pela situação em que se encontra a grande maioria dos municípios brasileiros, que são apenas mendigos de outros níveis de governo. E sem uma reforma tributária que dê conteúdo a esta tal de federação, que parece mais filhos (Estados) vivendo de mesada do pai (União), para sustentar os netos (Municípios), e o pai dizendo que eles agora se virem, a coisa não estará boa para o Dandan.

Mas, enfim, foi uma boa leitura e que me alegrou mais ainda quando cheguei e vi o retrato do Tanzinho, que, apesar de ser mais velho, eu o conheci, como um gato que era. Vi também a Jacilda no mural de retratos. Já que não está dando certo em Olinda por que ela não volta para Bom Conselho? Pelo menos um dos defeitos do Dandan ela não tem: a inexperiência.

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