A mídia, a "farra das diárias" e o vereador Carlos Alberto

Vereador Carlos Alberto (Foto do seu blog)

Fui comentada por um leitor me alertando sobre uma postagem num blog pertencente ao vereador Carlos Alberto (Casa da Cidadania, aqui), onde ele fala sobre o caso chamado pelo Diário de Pernambuco de “a farra das diárias”, onde o nosso município de Bom Conselho está excelentemente colocado, dentro do Estado, chegando ao décimo lugar, em gastos.

Eu fui lá verificar e encontrei o seguinte texto que já mostra o grau de formalidade que cerca o vereador Carlos Alberto, e no qual ele reclama de um mesmo grau de formalidade por parte da imprensa. Leiam o texto e eu volto, sem nenhuma verba para a viagem, lá embaixo:

“ASSIM PENSO...

Recentemente em visita de alguns blogs, tomei conhecimento de algumas noticias de questionamentos de uso de diárias por parte dos vereadores bom-conselhenses.

Na minha modesta opinião, entendo que os meios de comunicação em geral, têm um relevante e indispensável papel diante do regime Estado Democrático de Direto [sic]  Brasileiro, porém, seguindo praxe da ética e formalidade, sempre em busca da Excelência, e não da suposição.

Entendo que o agente político, tem sim, a obrigação de informar todo o questionamento necessário que envolva uso do dinheiro público, mais também defendo que o respeito mútuo, jamais em tempo algum, seja desprezado pelos homens e mulheres de formação de consciência e questionamento ético do urbano

Acho legítimo, o questionamento que a mídia bom-conselhense vem sabatinando o uso de diárias que envolvem os vereadores da Casa de Dantas Barreto. Só não entendo o que levou a nossa experiente mídia, a não seguir, praxes da formalidade.

Nesse particular, entendo, se a minha humilde pessoa, exercesse a nobre profissão de jornalista, seguiria a formalidade, requerendo, ao Ilustre Senhor Presidente do Poder Legislativo Municipal de Bom Conselho, uma coletiva, junto com outros companheiros da mídia local, com fins de angariar todas as informações necessárias, sobre o uso de diárias, e sua importância e legalidade. E de posse das informações, aí sim, teria um melhor juízo dos questionamentos suscitados pela Imprensa da Capital Pernambucana.

E com toda certeza, apresentaria a nossa sociedade, um jornalismo com conteúdo ético e verdadeiro, com imparcialidade, dando a César o que é de César.”

Nas linhas gerais eu concordo com o vereador. Ou seja, que estamos num Estado Democrático de Direito, que o agente público tem obrigação de prestar contas dos seus atos, seguindo a ética e o respeito mútuo, etc, etc. Já nas entrelinhas, a nota do vereador deixa a desejar, e muito.

E o que encontrei nestas entrelinhas foram puras formalidades para dizer que seria o Presidente da Câmara que deveria dar explicações à mídia bom-conselhense. O que eu só concordo em parte, pois, não foi o Presidente da Câmara que gastou o dinheiro, todo. Todos os vereadores estão envolvidos, inclusive o Dr. Petrúcio Borges, de quem soube, a partir da entrevista da vereadora Léa Ramos, que foi o único a não viajar. E até isto merece uma explicação, ao povo de Bom Conselho.

Ora, ninguém até hoje conseguiu provar que os vereadores, ao usar as diárias tenham feito um “malfeito”. Podem até ter feito uma “benfeitoria” se realmente o dinheiro foi usado para se qualificar como declarou a vereadora Léa. O porquê do Dr. Petrúcio não querer se qualificar é um questionamento também para ele.

Portanto, todos os edis, inclusive a prefeita, que mesmo dentro do princípio da independência de poderes, sei ter uma grande base aliada na câmara, e precisa de sua qualificação, tendo alguma responsabilidade política pelo menos quanto aqueles que a apóiam, devem uma explicação à comunidade.

E aqui vem o pior da nota do vereador. O apelo para “formalidade”. Eu sei que as relações com agentes públicos são quase sempre formais, e é por isso que os bons políticos fogem dela, falando ao pé do ouvido para fazerem acordos, para o bem ou para o mal. Nunca usam a formalidade, no entanto, para do cargo, fazerem propaganda dos seus feitos para se elegerem outra vez. Não são nem um pouco formais quando dão os “tapinhas nas costas”. Agora o vereador exige formalidade para que o poder legislativo explique uma denúncia de um jornal importante do nosso Estado, tendo como fonte um órgão oficial de sua justiça. Como se faria isto?

Eu deveria, antes de publicar a notícia do Diario de Pernambuco, ter oficiado ao presidente da câmara de Bom Conselho, pedindo todos os gastos de diárias dos vereadores. Este então tendo recebido o ofício 01 do Blog da Lucinha Peixoto, se concordasse com o pleito, esperaria os seus pares voltarem das férias, ou recesso legislativo para ser formal, e o apresentaria, não na primeira sessão porque esta normalmente é de boas vindas, mas em outra qualquer. Depois de uma longa discussão, onde todos os viajantes, digo, vereadores mostrassem todos os cursos, recibos de viagens, e outros documentos nos quais o TCE-PE deve ter se baseado para nos classificar na “farra das diárias”, seria aprovado que as informações deveriam ser enviados ao Blog da Lucinha Peixoto.

Depois de procurarem o meu endereço em Gravatá e no Recife, que nem o Xico Pitomba achou, para, talvez me surrar, como fizeram com o nobre vereador Carlos Alberto, e não o encontrarem, pois, como eu digo quem tem cotovelo tem medo, o presidente mandaria um ofício para todos os blogs, rádios e outros componentes da mídia bom-conselhense com todos estes dados. Tudo bem então, se, isto não tivesse sido feito lá pelo mês de dezembro de 2012, quando a repercussão política e eleitoral seria mínima. Mas, foram cumpridas todas as formalidades.

Data venia (Vige, com estou chique falando estas coisas. Fui olhar no dicionário se era “chique” ou “xique”, como o Dr. Filhinho, sendo blogueiro, deveria ir olhar se era “bicho” ou “bixo”, e isto se aplica aos jornalistas e blogueiros. Os comentaristas, leitores, deveriam ter um dicionário, mas o problema não é deles e sim de nosso sistema educacional que é péssimo. Mas uma campanha de um dicionário para cada pessoa que lida com as letras seria uma boa. O “nós pega o peixe” é aceitável, para o povo,  mas não é recomendável para os que governam em nome do povo), senhor vereador Carlos Alberto, tenha santa paciência! Quando os bandidos foram em sua casa e o surraram, e eu vi isto na mídia local e regional, o senhor cumpriu todas estas formalidades para explicar com o fez em um vídeo que eu vi e que o republico abaixo?

Aliás, até agora o senhor está esperando pelas formalidades policiais e legais para saber quem foram os encapuzados, e eu gostaria de saber, com ou sem formalidades, quem foram eles. Afinal de contas eu nunca sei quais os métodos do Xico.

O que todo bom-conselhense espera, vereador Carlos Alberto, e nisto acho que a mídia (pelo menos alguns veículos de informação estão cumprindo seu papel) é apenas um esclarecimento sobre uma despesa feita pelos seus representantes na Casa de Dantas Barreto, com ou sem formalidades, para saber se o que foi dado a César não ultrapassou certos princípios éticos e de respeito à coisa pública. As formalidades devem vir depois, eu espero, com os órgãos judiciais, que também queiram saber. Nós da imprensa, só queremos saber ao pé do ouvido do povo. Assim penso...