"Vanitas vanitatum et omnia vanitas". Vamos tomar um cafezinho?

Hoje fiquei surpresa quando percorri os blogs de nossa terra e me deparei com o meu nome em dois deles. No blog do Vereador Carlos Alberto e no Blog do Gustavo Pereira que sempre repete as postagens do vereador. Corri para vê-las é óbvio (Vanitas vanitatum et omnia vanitas).

Fiquei boquiaberta com o que vi lá. Uma foto minha. Que coisa horrorosa! É única foto que uso, até agora, neste mundo digital e totalmente devassável. Primeiro porque me sentia um pouco, como direi sem me ferir, um pouco acima do peso, e não queria me mostrar (Vanitas vanitatum et omnia vanitas). Mas, agora a uso por uma necessidade. Não quero ter o mesmo destino do vereador Carlos Alberto, que foi surrado impiedosamente (como mostrei  em minha postagem anterior), por ter se mostrado demais. Aí não tem jeito, tive que deixá-la lá, pois achei que seria melhor do que manter aquelas silhuetas padrões das redes sociais, cruzes!

Passei pelo vexame de minha horrível foto e fui ler a matéria, que é tão curtinha que eu a reproduzo aí abaixo:

“CONVITE A QUERIDA LUCINHA PEIXOTO E AOS CIDADÃOS BOM-CONSELHENSES

Cara (o) Lucinha,

Convido a sua ilustre pessoa, a vim ao meu Gabinete, tomar um cafézinho, e aproveitar a oportunidade, para abrir todas as minhas contas referentes ao meu trabalho como vereador da cidade de Bom Conselho, coisa que faço com o maior prazer, pois isto não é uma cortezia, de forma alguma, isto é uma obrigação minha, pois como parlamentar eleito pelo povo, devo total transparencia e satisfação ao povo. Então querida Lucinha, seja você ou qualquer outro cidadão bom-conselhense que queira vim tomar este cafézinho comigo, sintan-se à vontade, pois estou com o coração e as portas abertas.”

Eu achei tão fofo o convite do nobre vereador que resolvi imediatamente respondê-lo, mesmo tendo que suspender o que estou escrevendo sobre o relatório que me foi entrega ontem pelo meu assessor, sobre a “farra das diárias”. Pela passada de olhos que dei, o vereador vai ter que apresentar menos diplomas, cursos, certificados e relatórios de viagens, do que os seus colegas, embora, tenha que fazê-lo.

Mesmo assim, sabendo que, naquilo que estou interessada no momento, os papéis que ele teria que me apresentar seriam poucos, eu terei que declinar da gentileza do edil, mesmo que pudesse ir a nossa cidade.

Mas não há nenhum problema de matar minha curiosidade, como todo bom-conselhense a tem agora aguçada, se o vereador realmente, além de tomar cafezinho, quisesse usar da total transparência com a população de Bom Conselho, como promete.

Eu já me contentaria, como disse em minha postagem anterior, em  “saber se o que foi dado a César não ultrapassou certos princípios éticos e de respeito à coisa pública”. Talvez eu não tenha sido bastante explícita na minha colocação. E portanto, me desculpe, nobre vereador, a minha impertinência, referindo-me ao senhor, mas usando palavras que servem a todos os seus colegas, e aos homens públicos, em geral.

O senhor recebeu um dinheiro para viajar. Este dinheiro é público. Se é público, ele tem uma parte que me pertence, como a todos os cidadãos. Quando nos juntamos todos o dinheiro é nosso, e eu falo por todos, pelo menos pelos curiosos e interessados que já são muitos. Este dinheiro tinha alguma finalidade que deve estar expressa em algum lugar. Por exemplo, se ela custeou cursos, diárias, livros, apostilas, viagem, hospedagem, etc. Tudo tem que ser comprovado, sendo um tostão ou um milhão.

O senhor chama todos os cidadãos de Bom Conselho para, ao tomar um cafezinho no seu escritório, o senhor apresentar estes papéis. Ora, nobre edil, será que não seria melhor o senhor me enviar estes papeis (hoje é tão fácil fazer cópias) por e-mail,  e economizar o seu café?  Meu e-mail, até o Poeta já sabe (lucinhapeixoto2012@gmail.com – o 2012 dele vem de minha pretensão, antes de ver o seu calvário, sendo surrado, e ficar com medo de enfrentar as eleições este ano, mais breve ele será mudado para 2016.  E já digo, não me peça meu endereço físico, pois o senhor sabe muito bem que se mostrar demais pode não se adequado). Já que o senhor não os publica em seu blog, não tenha dúvida que eu publicarei, pois eles devem ser públicos, com cafezinho ou sem cafezinho.

No entanto, eu gostei muito do senhor ter baixado o nível de formalidade. Agora não precisa mais um requerimento à Câmara, como o senhor exigia, mas sim só um cafezinho. Eu me sinto até um pouco descortês em não aceitar, mas falo em nome de outras pessoas que são bom-conselhenses, mas vivem fora e que não podem também aceitar sua gentileza.

É para elas que conclamo não só ao senhor mas aos outros edis que expliquem onde foi parar nosso dinheiro, que deu a Bom Conselho uma tão comentada colocação em gastos de diárias, registrados e reconhecidos pelo TCE-PE. As questões mais formais e legais, todos vocês terão que responder de alguma forma. Mas, a questão político/eleitoral, esta vai ser um calo do qual nenhum poderá fugir, da mesma forma, se a imprensa cumprir seu papel de informar, com ou sem formalidades, com ou sem cafezinho.

P.S.: Não há com fugir da formalidade quando dialogamos com vereador Carlos Alberto. Eu não tenho o prazer de conhecê-lo pessoalmente, mas pelo que vi nos filmes e nas fotos, ele deve ter dito aos seus algozes: “V. Senhoria poderia bater noutro local, pois esta já foi batido?”. Em sendo assim tive que usar outra vez meu latim enferrujado obtido à duras penas no CEP.

Vanitas vanitatum et omnia vanitas, que é do Eclesiastes, quer apenas dizer “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade”. E falando nisto, não posso deixar passar a oportunidade pelo prêmio recebido pelo Poeta, oferecido pela EMBRAPP.  O homem ficou tão feliz que eu fui saber o que era a EMBRAPP. Só descobri, de mais importante, que seu Presidente Geral é: “Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo”.  Logo vi que aquele senhor da foto só poderia ser do outro mundo. Ah, se eu pudesse mudar minha foto! Vanitas vanitatum et omnia vanitas.