sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

O Big Brother Brasil, o estupro e o Caldeirão do Hulk




Vi no Blog chamado The i-piaui Heraldo, um blog de humor o seguinte texto, e que fala do assunto do momento, que é as agruras de uma jovem sendo defenestrada enquanto dormia, com toda sua pureza, debaixo de um “edredon” no BBB12, o bordel televisivo da Rede Globo. Leiam e guardem um pouco de riso para o meu texto logo a seguir, apesar de que, infelizmente, minhas jocosidades não são tão boas assim.

PROJAC – Pressionada pela sociedade civil, a alta cúpula da TV Globo decidiu demover Boninho do comando do Big Brother Brasil. "Chega de complôs, fofoquinhas e desinteligência! De 2002 para cá o Brasil evoluiu, ganhou relevância internacional. E nós? O que fizemos? Despejamos mais de 100 ex-BBBs na sociedade!", teria desabafado um dos Robertos, segundo fontes anônimas. Exasperado, um dos dois restantes Robertos aduziu: "Nem o pai dele aguenta mais esse programa!"

Ao cabo de uma reunião tensa na qual assistiram a sequências intermináveis das doze edições do programa, os Robertos admitiram que o BBB violou a paciência dos espectadores. “Podemos ser processados pela Corte Internacional de Haia”, afligiram-se pelo menos dois Robertos, simultaneamente.

Acusado de estimular o rock and roll e usar camisas com estampas de gosto duvidoso, Boninho pediu para Pedro Bial escrever seu texto de despedida. "Do grito fez-se o pranto / Silencioso e branco como linho tratado a OMO / E da nave louca fez-se intriga / E dos edredons fez-se o espanto", dizem os primeiros versos. Os próximos serão divulgados assim que assinados os contratos de merchandising.

No final do dia, o delegado que investiga o caso foi convidado a posar para um ensaio sensual. Seu assessor de imprensa informou que o policial aceitou, por julgar que se trata de um trabalho artístico e de bom gosto.

Porta-vozes do PMDB estão a caminho da Globo para negociar as vagas abertas com as expulsões de Boninho e Daniel.”

O pior de tudo é que tenho certeza de que alguém que leu o texto acima, no mínimo esboçou um ar de riso. Mesmo aqueles que hoje vociferam contra o programa  e hoje nos jornais pedem a cabeça e o corpo da rede globo, sabem muito bem do que se trata. Isto, pelo fato que o Rede Globo, e seu programa Big Brother, já se impregnou em nossa cultura, quase tanto quanto suas novelas.

Hoje, conversando com uma amiga de horta aqui em Gravatá, eu disse que a Griselda estava ficando muito chata, de tão politicamente correta. Reação da minha amiga:

- O que é politicamente correta?!

Ou seja, de Griselda ela entendia, mas de política não. É o que ocorre hoje com o programa. Eu mesma já deixei de ver, embora já tenha sido vítima dele no passado, desde que foram criados os primeiros paredões. Era divertido ver um bando de mulheres e homens como ratos, de livres e espontânea vontade (e como o dinheiro molda as vontades), a se digladiarem dentro de uma casa. Logo cansei e não vi mais, a não ser aquilo que sou obrigada a ver, pois ninguém pode escapar do Pedro Bial, se estiver vendo as novelas, de que tanto gosto.

Pois, não é, que, o noticiário foi tão grande sobre as peripécias de dois jovens debaixo de um “edredon”, que ontem me surpreendi vendo o Pedro Bial, naquela ridícula saudação inicial do programa, dizendo quem voltou do paredão! Então eu inflei o IBOPE da Globo, e para o programa, que dizem que dobrou agora. E depois que o Roberto Almeida falou do “puteiro” (cruzes!) da Globo, dizem que a audiência no Agreste Meridional chegou a quase 100%, no horário do programa.

O povo quer ver é baixaria e a Globo a fornece. Esta é a essência do sistema capitalista, ou melhor dizendo de um sistema que preza o comportamento individual mais do que o coletivo. Eu confesso que sou contra os excessos, mas sou contra também, ao processo coletivo (tipo leis, associações e marchas) para coibi-los. Se a liberdade do sistema se mantém, o tiro sai sempre pela culatra. Se eu acreditasse nas teorias conspiratórias tão a gosto das esquerdas, eu até pensaria que tudo não passou de uma jogada de marketing da Globo, pois nunca houve melhor, em termos dos seus efeitos. Já posso antever o Boninho (meu Deus eu escrevo Boninho sem nenhum medo de que algum leitor meu não saiba quem é, já se escrevesse Graciliano Ramos, já teria que dar explicações; isto é que é “globalização” como diz o bonito samba cantado nos intervalos da Globo), dizendo na reunião de pauta:

- Olha galera, o BBB já está se esgotando! Vamos esquentar! Que tal um estuprozinho, prá começar?!

Mas, voltando ao tópico de liberdade de expressão, sabemos que, na luta pela sobrevivência, as pessoas exageram. Uns roubam o dinheiro público e outros vão para o BBB. O que fazer? Eu penso que a exigência de leis que apenas sufoquem qualquer iniciativa individual, só jogam fora o bebê com a água suja do banho, quando não afoga o bebê. O problema é mais educacional e passa pela formação religiosa e moral.

Não haveria BBB se nossa cultura não permitisse que se bisbilhotasse tanto a vida privada dos outros (vejam, eu disse privada, pois entrou na vida pública, inclusive como blogueiro ou bloqueira, é diferente, pois quem entra na chuva é para se molhar), o programa não teria audiência. Mas, isto é muito mais principalmente, um problema familiar e cultural que tanto se modifica em nossa época, e que demoraria muito aqui comentar.

Na prática o que deve ser feito é aplicar as leis que nós temos, ao caso, e tentar melhorá-las no futuro, pois a democracia representativa não é ainda o sistema políticos dos sonhos, mas é o que causa menos pesadelos, que descobrimos, até agora. Nele tudo é mais lento, mas no fim tudo acaba melhor do que tentarmos impor, através de partidos únicos ,nossa ideia do que seja certo ou errado, em nome de um socialismo cujos resultados, até hoje, não passam de lavagem cerebral, cuja mentes se sujam ao primeiro contacto com um sistema aberto e de liberdade individual. Estão vendo na Rússia, China e tantos outros, quem sabe, até Cuba depois da excursão do Marlos Duarte.

Eu hoje coloco meus netos para ver a TV Cultura que tem bons programas infantis, pois a TV paga, como se diz é paga, e sou apenas classe C+, o que não fiz com minhas filhas que nasceram no tempo onde ainda a TV e os outros meios de comunicação não tinham tanta influência. Mas, hoje, não é só a TV, é a internet, e falo disso quando vejo meu neto mais velho com o dedinho prá cima e prá baixo num iPad, me mostrando os jogos que na minha infância era coisa só para o Seu Clívio, meu professor de desenho e matemática, resolver.

Concluindo, eu li hoje num blog uma jornalista brasileira que mora na França, dizer o seguinte:

"A França também tem Big Brother, ou melhor, Loft Story, como foi batizada a versão gaulesa do programa, que existiu por pouco tempo – só teve duas edições – mas deixou em seu rastro outros programas no mesmo estilo.

Eu acho que gera um certo reconforto saber que a França também padece desse mal. Mas, apesar de existirem, eu quase nunca ouço falar desses programas. Eles não fazem parte das conversações de todos os franceses em todos os bares de Paris, nas escolas e nas repartições públicas como acontece no Brasil."

Ela vai além e entra num terreno de como interagem sociedade e meios de comunicação, dizendo:

"Eu acredito na ideia de que os meios de comunicação definem e são definidos pela sociedade. Neste sentido, tudo o que vemos na televisão, sejam reality shows ou documentários [ou novelas, acrescento eu], é resultado de uma construção onde o público está sempre presente. Eu observo isso na tevê francesa, que reflete uma sociedade que pensa, que questiona."

O fato de que a televisão na França é pública já enfraquece um pouco o argumento ao aplicá-lo aqui, mas ele não deixa de ter sua verdade, apenas aqui o público o influem quando se torna um consumidor que afeta o comportamento dos patrocinadores privados e não os patrocinadores públicos, teoricamente, mais fáceis de conduzir.

Mas, este não e um tema que se esgote numa postagem só, e nem se aplica somente à rede Globo, nem à TV, mas sim aos meios de comunicação em geral. Pois o que vemos hoje de BBB para vender jornais e revistas é um escândalo. Isto merece uma discussão maior.

Entretanto, vale a pena refletir sobre o estupro no BBB, inclusive, pensar se foi um estupro mesmo ou não, do ponto de vista pessoal, ou se foi um estupro da Globo para ter mais audiência. Neste caso, uma multa grande para aplicar o dinheiro na educação seria uma boa. Pois eu tenho certeza que isto melhoria o nível de soletração dos meninos no Caldeirão do Hulk. Espero que, para melhorar a audiência, não se exija que os estudantes soletrem debaixo de um "edredon". Tento educar meus netos para participarem do programa mas, nunca aceitem este equipamento que alavanca a audiência. Mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa!!!

Um comentário:

  1. É MINHA CARA AMIGA, A PROGRAMAÇÃO ATUAL DA GLOBO ESTÁ PÉSSIMA,SÓ APELAÇÃO;ESCREVI ALGO A RESPEITO NO BLOG, E INTITULEI; BBB A IMORALIDADE DA MIDIA,GOSTARIA QUE LÊSSE E COMENTASSE.DOS MALES O MENOR, AINDA BEM QUE "LUIZA VOLTOU DO CANADÁ",KKKKK ABRAÇOS.

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