segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O novíssimo truque de Lula



Lula e o povo brasileiro


Por Mary Zaidan (*)

Não se deve levar a sério o que Lula diz. Fala pelos cotovelos, não raro pelos calcanhares, a exemplo da exortação para que militantes arrancassem materiais de adversários das ruas de São Bernardo. E não tem qualquer apreço pela coerência entre o que disse ontem, o que diz hoje e o que dirá amanhã. Muito menos pela verdade.

Sobre o mensalão, navegou entre o traído que de nada sabia ao humilde que pede desculpas à nação pelo escândalo que pegou de calças curtas os seus mais caros auxiliares. Daí, migrou para a fantasiosa versão do caixa 2, expressa em entrevista mais fantasiosa ainda, transmitida pelo Fantástico, da TV Globo, em julho de 2005, dois dias depois de ser gravada em Paris.

A esse enredo, Lula e sua turma penduraram adereços. A ênfase de que culpados seriam punidos “doa em quem doer” ecoou no vazio.

A fala dura do ex-presidente do PT e hoje governador gaúcho Tarso Genro preconizando a refundação do partido deu lugar à de um Ricardo Berzoini (PT-SP): "A prioridade é reeleger o presidente Lula. Depois veremos isso (a apuração) com calma. E essa história do mensalão é uma ficção.”

E por aí foi. Mensalão virou algo que nunca existiu, com Lula assegurando que como ex se dedicaria integralmente a provar que tudo não passara de farsa, coisa da direita para derrubar o primeiro presidente operário. Algo, aliás, que a dócil oposição nem mesmo cogitou.

Se o transmudar dos fatos já era de admirável desfaçatez, o que se vê agora bate todos os recordes dessa categoria.

Antes de o julgamento começar, Lula mexeu vários pauzinhos ou toras inteiras. Tentou em vão convencer ministros pelo adiamento, manobra que veio à tona quando Gilmar Mendes denunciou a tentativa de coação.

Instigou seu partido a conclamar o povo a ir às ruas, tarefa cumprida, pateticamente, pelo deputado Rui Falcão.

Julgamento em curso, constrangeu aliados para que assinassem nota de apoio a ele, contestada no seio dos mesmos partidos que a subscreveram.

Do cineasta Luiz Carlos Barreto, amigo do réu José Dirceu, obteve carta aberta com 264 assinaturas da elite intelectual. Barreto batizou o documento como “filosófico-doutrinário”. Seja lá o que isso quer dizer, não é nada filosófico, ou muito menos doutrinário, alertar o país para a presunção da inocência, como se a Suprema Corte não fosse capaz de enxergá-la.

Agora, com condenações se acumulando e a proximidade da análise dos crimes do núcleo petista, Lula já antecipou seu novíssimo truque: o julgamento só está acontecendo porque ele, Lula, combateu como ninguém a corrupção. “Se juntarem todos os presidentes da história do Brasil, vocês vão ver que eles não criaram instituições para combater a corrupção como nós criamos em oito anos. Sintam orgulho porque se tem uma coisa que fizemos, foi criar instrumentos para combater a corrupção.”

Mais desfaçatez, impossível.

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(*) Publicado no Blog do Noblat em 30.09.2012. É um retrato fiel, embora acho que ainda pouco contundente sobre a desfaçatez do ex-apedeuta-mor. O Lula, está de calças curtas, igualzinho as que ele usava em suas brincadeiras como o Zezinho lá pelo agreste pernambucano, matando rolinhas e botando a culpa em outros, ou talvez dizendo que a atiradeira nunca existiu.

E do jeito que vai, com a derrota do PT em muitos lugares importantes para se manter a farsa do partido, em breve o Lula estará com as calças na mão, e o povo brasileiro, mais enganado do que o Tufão, não está vendo a nudez de sua Carminha. Mas, está chegando a hora e vem aí o Joaquim Barbosa. Este mostra que não entrou na universidade pela sistema de cotas. Chegou a hora do Max (Zé Dirceu) ir para cadeia junto com o Lúcio (Delúbio?). A Carminha (o Lula) terá sua vez breve, tanto na Avenida Brasil quanto no próprio Brasil (LP).

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