Por Mary Zaidan (*)
O governo norte-coreano informou sexta-feira que não poderá
garantir a segurança de representações diplomáticas instaladas na capital
Pyongyang. De pronto, o Brasil decidiu não fechar a embaixada que nem aberta
deveria ter sido.
Pelo menos é o que se depreende da fala do ministro das
Relações Exteriores Antônio Patriota ao tentar explicar a importância da
presença brasileira em terras que sequer registram brasileiros residentes, e
que, por ano, têm troca comercial irrisória, de pouco mais de R$ 370 milhões.
Sem rir, disse que com a embaixada o Brasil passou a ter informações “de
primeira mão”, deixando de depender da “imprensa ocidentalizada”.
Pelo jeito Patriota crê que a mídia não controlada do
Ocidente é menos confiável do que as informações da ditadura de Kim Jong-un,
que agora brinca de ameaçar o mundo com uma guerrinha nuclear. Deve achar
normal também o Brasil ter instalado nos últimos 10 anos nada menos do que 62
embaixadas, boa parte em lugares exóticos como Tuvalu, com menos de 13 mil
habitantes, Burkina, Butão, Samoa, Palau, Ilhas Fiji, Nauru e Névis.
Desde que Celso Amorim instituiu no Itamaraty a supremacia partidária
acima das questões de Estado, a diplomacia brasileira caminha trôpega. Isso,
quando caminha.
Laços fraternos com presidentes do Irã Mahmoud Ahmadinejad e
da Síria Bashar al-Assad, erros crassos em Honduras, emissão farta de
passaportes diplomáticos para amigos e familiares do ex-presidente Lula são
algumas marcas de que Amorim deveria se envergonhar.
Com Dilma já eleita, enquanto 80 nações condenavam a
lapidação, tendo como símbolo a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, o Brasil
postou-se junto aos progressistas Angola, Benin, Butão, Guatemala, Marrocos,
Nigéria e Zâmbia, omitindo-se.
Patriota começou valente. Por um momento, até pareceu que
corrigiria rumos. Mas qual o quê.
Na América do Sul, ficou de cócoras frente aos desmandos da
argentina Cristina Kirchner, que continua a sobretaxar e a dificultar a entrada
de produtos brasileiros em seu País. Faz vista grossa à falsa democracia
venezuelana. E é incapaz de agir em defesa dos cidadãos brasileiros no exterior.
Que o digam os 12 presos em regime fechado, há quase dois meses, acusados de
forma genérica da morte de um jovem durante o jogo San José x Corintians, em
Oruro, interior do País do amigo do peito Evo Morales, para quem Lula fez
campanha.
Uma década de diplomacia esquizofrênica, expansionista,
caríssima e nada eficaz. Que cada dia está mais distante dos fóruns que
importam no mundo; que preferiu ser parceira do atraso. Mas isso é pura intriga
da “imprensa ocidentalizada”.
-------------
(*) Publicado no Blog do Noblat em 07.04.2013. Eu não
entendo muito de política externa. Aliás, não entendo de quase nada, a não ser
pela minha curiosidade de dona de casa que libertou as doméstica há muito
tempo. Agora elas estão escravizadas pelo PEC das domésticas, mas, não me
culpem por isso (depois tenho que escrever sobre o tema, pois experiência não
me falta no ramo).
A única política externa de que tratava em meus escritos era
aquela da relação entre os blogs de minha pátria, Bom Conselho, com os de
pátrias vizinhas como Garanhuns, Caetés, Ararapiraca, etc. Para este efeito, o
nosso maior parceiro em política externa é Caetés (tanto o Blog do Rafael como
o do Hadriel ainda me linkam, o que me deixa honrada). Tinha relações com
Garanhuns onde tinha link no Blog do Roberto Almeida, Ronaldo César e Wagner
Marques. O último resolveu se aposentar da atividade, o do meio já não me linka
faz um tempo por algumas críticas que ele não aceitou e o primeiro, eu mantinha
relações bilaterais, mesmo conturbadas, como convém quando nos relacionamos com
petistas enrustidos ou não. Hoje, a mando dos blogs oficiais de Bom Conselho e
a pedido do Dandan (não sei os detalhes da reunião e se houve alguns sórdidos,
eu não sei), o do Roberto não me linka mais. Eu, unilateralmente, continuo
minha relação com todos, sendo eles linkados em meu blog. Até o do Poeta, que é
de Arapiraca, continua. Mas, vamos ao que interessa.
Todos sabemos que o governo petista sempre teve, em termos
de política externa uma opção preferencial pelos ditadores. Desde sempre com
Cuba, e se espraiando pelo Irã e chegando, no hoje passarinho, Chávez. Numa
guerra externa, seria uma grande contradição deixar de apoiar o Kim Jong-un da
Coreia do Norte para apoiar alguma nação considerada democrática como Estados
Unidos, Coreia do Sul ou Japão.
Fatalmente, estaríamos enviando soldados para um possível
conflito. Isto não seria mau de todo. Talvez se as forças armadas, para ir à
guerra, só aceitassem voluntários, quem sabe o Brasil não se veria livres de
Lula e Dilma (não como gerente, mas como cuidadora de soldados idosos)? Ainda
poderiam ampliar a linha de frente de nossas forças, em troca de redução da
pena, pelo mensalão, o Dirceu, o Delubio e o Genuino. Seria uma troca justa se
cada um deles fosse colocado em cima das ogivas nucleares que seriam atiradas
rumo aos países sem ditadores. Eu só tenho medo é que eles sabotem as ogivas,
elas não explodam e eles voltem.
Mas, não é minha intenção, neste simples comentário, empanar
o brilho do texto da Mary Zaydan, que vai ao ponto como sempre. Eu termino
dizendo apenas que em termos de relações externas, o Brasil vai tão mal, que
até o Vaticano resolveu escolher um papa argentino, que beijou a “velha” Cristina e não beijou o Poste.
Bem feito. (LP)
Lucinha, leio mais no seu blog textos escritos por você. Muito bem escritos, por isso gosto, e sempre publico no meu modesto blog. Só não me interesso muito por notícias aí de Bom Conselho. Também você é uma pessoa aberta, não sujeita a dogmas, pelo menos os políticos, que são os mais vulgares, digamos assim. Tenho orgulho de publicar seus textos. Isto até quando vosmecê permitir. Um abraço. Rafael Brasil.
ResponderExcluirPara mim é uma honra ser publicada em seu blog. O Zezinho seu conterrâneo e meu amigo já me chamou para conhecer Caetés. Se uma dia aceitar nos encontraremos. Estou ficando mais por Bom Conselho, pois aquela terra me dá um trabalho danado. É o fantasma do Coronel Zé Abílio. Um abraço.
ExcluirLucinha Peixoto
Na hora e o dia que quiser, você e Zezinho, que também estou ansioso para conhecer, pode vir à minha casa. É uma casa velha, que foi do mau pai, e todos conhecem em Caetés. Todos, ou quase, suponho...Um abraço, Rafael Brasil.
Excluir