quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Academia Bom-conselhense de Letras. Silêncio!




São tantos os assuntos que me vêm à cabeça quando começo a escrever que penso escrever sobre todos, mas não é muito a minha praia. Escrevo sobre um e fico devendo o resto. Hoje mesmo, fico com o Zetinho e seu texto que ele chamou poeticamente de Silêncio, e que foi publicado na AGD no último fim de semana (aqui).

Há dois aspectos que devem ser discutidos separadamente no texto do Zetinho. O primeiro é o principal e trata do seu desejo de criar uma Academia Bom-conselhense de Letras (que deveria primeiro começar ou recomeçar pela discussão de como é o gentílico para quem nasce em Bom Conselho) e o outro é o uso do mural, tanto da AGD como do SBC de forma imprópria.

Eu começo pelo último. Quando eu, o pessoal da CIT e o Zé Carlos resolvemos criar a AGD, a ideia do mural surgiu porque eu estava sendo barbaramente censurada por Saulo no mural do SBC. Quem não lembra das discussões entre o Sr. Ccsta e o Andarilho, e comigo no meio? Então eu disse, por que não criar um mural aqui? E fez-se a luz. Criou-se um mural que ficou ai por um bom tempo, apenas eu e alguns outros poucos escrevendo. Era uma tristeza ver um tão importante meio de comunicação desperdiçado.

Alguns lá escreviam e esperavam que suas palavras não pudessem ser contestadas. Eram os donos da verdade que queriam ir para a chuva e não se molhar. Ao primeiro sinal de crítica arrepiaram carreira e foram embora. Eu, continuei, junto com alguns abnegados, e um conjunto de anônimos que ultimamente assolam o mural. Eu pergunto: É justo agora negar este espaço aos anônimos de nossa terra? Acho que não. Tenho certeza que muitas das coisas que se colocam é o que se comenta na cidade pelos bares e esquinas e os bom-conselhenses que vivem fora gostaria de saber mas não estão lá. E por isso o seu sucesso.

Aguentar o CACHORRÃO contar piadas chulas e elogiar o PT é o preço que temos de pagar para que tenhamos outras notícias importantes, que eu vejo sempre, pois é minha leitura obrigatória depois do meu blog. Então vamos deixar o povo se expressar. Afinal de contas hoje somos todos anônimos ou pseudônimos. Eu não conheço o Zetinho pessoalmente mas acredito que ele existe e que escreve e eu discuto suas ideias e não como ele está vestido.

O que concluo de tudo isto é que o próprio Zetinho e outras pessoas de Bom Conselho deixassem os pruridos puristas e se alinhassem à cambada de gente que usa o mural como uma forma digna de expressão do nosso povo. Mesmo perdida entre a multidão de anônimos e pseudônimos sei que sou lida quando uso o Mural. Então caro Zetinho vamos usá-lo para divulgar a ideia da ABL, que é o meu assunto seguinte.

Quem acompanhou, como eu, nos últimos anos, o esforço do Zetinho para criação de nossa academia, desde que o Mural do Saulo (nunca mais fui por lá, e nem sei mais se existe, ou se apenas toca piston) aceitava mais de mil toques, sabe que se algum dia ela for fundada, ele teria um papel preponderante nela. Até estatutos ele já fez. E até agora nada. E, confesso, com a invasão bárbara de blogueiros semi-analfabetos em nossas plagas, o sucesso de uma casa de letras parece cada dia mais distante.

Em seu texto, o Zetinho apela até para o Alexandre Tenório para ajudar em sua criação. Eu, que acompanhei o papel do Alexandre sobre a ideia da Academia, penso ser a última pessoa que estaria interessada em sua criação, a não ser que tenha mudado totalmente de opinião. Inicialmente, ele era contra porque não havia ninguém que tivesse livros publicados em Bom Conselho. Agora, eu não sei se ele aceitaria ser o único membro da Academia, por ter lançado dois livros (aliás, devo dizer ganhei os dois de um amigo e vou lê-los, ou relê-los pois já havia lido quase tudo nos blogs, mas, parece que agora estão revisados, linguisticamente, nas edições de papel).

Eu, muito tempo atrás dei muitas ideias sobre como deveria funcionar a ABL, porque, assim como o Zetinho, adoraria que ela fosse criada. Se me contradizer com o passado, desculpem, mas, isto é normal, assim como é normal hoje o Lula apoiar a Constituição de 88. Mas, acho que a academia deveria aceitar agora os blogs como uma representação legítima de nossas letras, e o meio eletrônico em geral. Eu sei que isto é um perigo devido a possibilidade de haver tráfego de influência. Por exemplo, um blog de Bom Conselho que foi considerado por uma empresa “séria” como o melhor blog da cidade, eu não o queria nem para ir para a lata de lixo da ABL.

Mas, tudo dependeria, da seriedade de propósito das pessoas à frente da ideia. E, hoje, se a ideia do livro de papel persistir, nada é mais fácil do que publicar um livro. Não sei se o Luiz Clério, nosso jornalista-mor, já faz este tipo de serviço, mas se não fizer, há em outros lugares e editoras que o fazem quase no mesmo dia. E se, toda a produção jornalística e blogueira fosse para os livros de papel, dentro em breve Bom Conselho teria uma biblioteca do Congresso americano.

De uma forma ou de outra, ter tocado na ideia foi muito bom. E como não sou a favor de homenagens com nomes de estátuas, ruas, etc.  a pessoas vivas, ainda espero que nenhum de nós tenha seu nome homenageado pela nossa Academia, por muito tempo. Talvez Academia Bom-conselhense de Letras Florisbelo Villa Nova, seria uma boa. Pelo amor de Deus, ABL Coronel Zé Abílio, não, pois já temos a Prefeitura.


Meu segundo projeto, caso eleita para casa de Dantas Barreto em 2016, será o da criação de nossa Academia, se não a criarem antes. Vamos lutar, Zetinho, para que isto aconteça.

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