São tantos os assuntos que me vêm à cabeça quando começo a
escrever que penso escrever sobre todos, mas não é muito a minha praia. Escrevo
sobre um e fico devendo o resto. Hoje mesmo, fico com o Zetinho e seu texto que
ele chamou poeticamente de Silêncio,
e que foi publicado na AGD no último fim de semana (aqui).
Há dois aspectos que devem ser discutidos separadamente no
texto do Zetinho. O primeiro é o principal e trata do seu desejo de criar uma
Academia Bom-conselhense de Letras (que deveria primeiro começar ou recomeçar
pela discussão de como é o gentílico para quem nasce em Bom Conselho) e o outro
é o uso do mural, tanto da AGD como do SBC de forma imprópria.
Eu começo pelo último. Quando eu, o pessoal da CIT e o Zé
Carlos resolvemos criar a AGD, a ideia do mural surgiu porque eu estava sendo
barbaramente censurada por Saulo no mural do SBC. Quem não lembra das
discussões entre o Sr. Ccsta e o Andarilho, e comigo no meio? Então eu disse,
por que não criar um mural aqui? E fez-se a luz. Criou-se um mural que ficou ai
por um bom tempo, apenas eu e alguns outros poucos escrevendo. Era uma tristeza
ver um tão importante meio de comunicação desperdiçado.
Alguns lá escreviam e esperavam que suas palavras não
pudessem ser contestadas. Eram os donos da verdade que queriam ir para a chuva
e não se molhar. Ao primeiro sinal de crítica arrepiaram carreira e foram
embora. Eu, continuei, junto com alguns abnegados, e um conjunto de anônimos que
ultimamente assolam o mural. Eu pergunto: É justo agora negar este espaço aos
anônimos de nossa terra? Acho que não. Tenho certeza que muitas das coisas que
se colocam é o que se comenta na cidade pelos bares e esquinas e os
bom-conselhenses que vivem fora gostaria de saber mas não estão lá. E por isso
o seu sucesso.
Aguentar o CACHORRÃO contar piadas chulas e elogiar o PT é o
preço que temos de pagar para que tenhamos outras notícias importantes, que eu
vejo sempre, pois é minha leitura obrigatória depois do meu blog. Então vamos
deixar o povo se expressar. Afinal de contas hoje somos todos anônimos ou
pseudônimos. Eu não conheço o Zetinho pessoalmente mas acredito que ele existe
e que escreve e eu discuto suas ideias e não como ele está vestido.
O que concluo de tudo isto é que o próprio Zetinho e outras
pessoas de Bom Conselho deixassem os pruridos puristas e se alinhassem à
cambada de gente que usa o mural como uma forma digna de expressão do nosso
povo. Mesmo perdida entre a multidão de anônimos e pseudônimos sei que sou lida
quando uso o Mural. Então caro Zetinho vamos usá-lo para divulgar a ideia da
ABL, que é o meu assunto seguinte.
Quem acompanhou, como eu, nos últimos anos, o esforço do
Zetinho para criação de nossa academia, desde que o Mural do Saulo (nunca mais
fui por lá, e nem sei mais se existe, ou se apenas toca piston) aceitava mais
de mil toques, sabe que se algum dia ela for fundada, ele teria um papel
preponderante nela. Até estatutos ele já fez. E até agora nada. E, confesso,
com a invasão bárbara de blogueiros semi-analfabetos em nossas plagas, o
sucesso de uma casa de letras parece cada dia mais distante.
Em seu texto, o Zetinho apela até para o Alexandre Tenório
para ajudar em sua criação. Eu, que acompanhei o papel do Alexandre sobre a
ideia da Academia, penso ser a última pessoa que estaria interessada em sua
criação, a não ser que tenha mudado totalmente de opinião. Inicialmente, ele
era contra porque não havia ninguém que tivesse livros publicados em Bom
Conselho. Agora, eu não sei se ele aceitaria ser o único membro da Academia,
por ter lançado dois livros (aliás, devo dizer ganhei os dois de um amigo e vou
lê-los, ou relê-los pois já havia lido quase tudo nos blogs, mas, parece que
agora estão revisados, linguisticamente, nas edições de papel).
Eu, muito tempo atrás dei muitas ideias sobre como deveria
funcionar a ABL, porque, assim como o Zetinho, adoraria que ela fosse criada.
Se me contradizer com o passado, desculpem, mas, isto é normal, assim como é
normal hoje o Lula apoiar a Constituição de 88. Mas, acho que a academia
deveria aceitar agora os blogs como uma representação legítima de nossas
letras, e o meio eletrônico em geral. Eu sei que isto é um perigo devido a
possibilidade de haver tráfego de influência. Por exemplo, um blog de Bom
Conselho que foi considerado por uma empresa “séria” como o melhor blog da
cidade, eu não o queria nem para ir para a lata de lixo da ABL.
Mas, tudo dependeria, da seriedade de propósito das pessoas
à frente da ideia. E, hoje, se a ideia do livro de papel persistir, nada é mais
fácil do que publicar um livro. Não sei se o Luiz Clério, nosso jornalista-mor,
já faz este tipo de serviço, mas se não fizer, há em outros lugares e editoras
que o fazem quase no mesmo dia. E se, toda a produção jornalística e blogueira
fosse para os livros de papel, dentro em breve Bom Conselho teria uma
biblioteca do Congresso americano.
De uma forma ou de outra, ter tocado na ideia foi muito bom.
E como não sou a favor de homenagens com nomes de estátuas, ruas, etc. a pessoas vivas, ainda espero que nenhum de
nós tenha seu nome homenageado pela nossa Academia, por muito tempo. Talvez
Academia Bom-conselhense de Letras Florisbelo Villa Nova, seria uma boa. Pelo
amor de Deus, ABL Coronel Zé Abílio, não, pois já temos a Prefeitura.
Meu segundo projeto, caso eleita para casa de Dantas Barreto
em 2016, será o da criação de nossa Academia, se não a criarem antes. Vamos
lutar, Zetinho, para que isto aconteça.
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