sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Nossos problemas urbanos e os xixizeiros do Dandan


O primeiro xixizeiro (Foto do Blog do Emmanuel)


Sexta-feira e já me começam a aperrear para nossa subida à serra. Não digo que não gosto. Em Gravatá vivo minha vida de classe média (antes do Lula) agora já ajudada pelos meus filhos e pelos meus netos, e a vida é boa. Lembro-me de Bom Conselho que em minha época era quase rural, mesmo morando perto do centro da cidade. E lá vai eu!

Como sempre, não escrevo no final de semana. Antes eram os dias de feira e de missa, hoje são dias de serra. Bem pelo menos não enfrento o trânsito doido do Recife. E tenho certeza que, se nada for feito, a cidade vai dar um nó de carros, e que em breve não sairemos mais nem da garagem. Como classe média teremos que dizer aos amigos que temos carros, embora saibamos que ele será inútil.

O Brasil se prostituiu com os automóveis individuais. E quanto a isto eu não culpo só o PT, pois ele nem existia nos tempos em que quando se pensava em crescimento e desenvolvimento de nosso país, pensava-se em indústria automobilística, e durante os governos militares, pensava-se em carros individuais e em rodovias. Foi neste período que o lema da velha república de que “governar era abrir estradas” foi mais usado. Nunca se pensou nem em ferrovias nem em hidrovias, num país, com as extensões do nosso, e hoje sofremos as consequências.

Além disso, com o fato cultural de que o brasileiro só pode se dizer realizado quando tem seu automóvel, a coisa ficou feia nas cidades maiores e nas menores. Vejam o caso de Bom Conselho, quando era menina, brincava de rouba bandeira e garrafão no meio da rua e quando passava algum meio de transporte eram os burros vendendo carvão, que minha mãe sempre comprava. Hoje, passei lá, há alguma tempo, e a Praça Pedro II parecia o estacionamento da Arena Pernambuco nos dias da Copa.

Aqui em Recife, quando saímos para algum lugar de carro, já reservamos o dinheiro do “flanelinha” e damos graças a Deus quando ele nos consegue uma vaga, a não ser em estabelecimentos comercais, como os shoppings e supermercados, que têm estacionamento, mas nos cobram os olhos da cara por eles, se não comprarmos uma besteirinha. Eu, mesmo ainda não tendo chegado a boa idade, quando vou com o meu marido, ainda uso as regalias que os idosos tem de ter uma vaga. O grande problema é já arranjar um vaga para idosos. E com o envelhecimento da população, brevemente, vamos reservar vagas para quem ainda não tem 60 anos, pois serão minoria.

Ou seja, hoje somos reféns do progresso. Temos tanto que não podemos aproveitá-lo. E, pela experiência internacional, não adianta muito fabricar mais vias por cima das que já existem, os fatídicos viadutos. Penso que nos Estados Unidos já há tantos viadutos que deve ter alguém perdido lá por vários anos, dando voltas pelos mesmo lugares. A solução é educação e esforços políticos no sentido de usar mais o transporte coletivo e até as bicicletas. Só quando o indivíduo sair de casa para trabalhar com seu carrão levar uma vaia, e alguém que sair de bicicleta ou subir num ônibus for aplaudido, então a coisa vai melhorar. Autoridade e governantes nem se fala. Helicópteros, limousines e batedores estariam proibidos terminantemente. Talvez um táxi ou uma van, ainda vá lá. São apenas algumas ideias para melhoria do transito nas cidades.


E, por falar em soluções para os problemas urbanos, não pude deixar de falar na solução do Dandan para a ausência de banheiros públicos nos parques. Fizeram um em cima de um bueiro lá no Parque José Feliciano, segundo o Emmanuel Leonel. Agora ninguém mais faz xixi no muro, mas em compensação pode ser devorado pela as muriçocas dentro da casinha, isto se não morrer com o fedor. Cruzes!

Um comentário:

  1. Lucinha, você é uma lição aberta para quem gosta de aprender argumentação.
    Sou seu seguidor e aprendiz!
    Parabéns!

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