quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Para não esquecerem de mim (14)



“25.

Um dos episódios mais lamentados na história do Brasil é a deportação de Olga Benário, durante o governo de Getúlio Vargas, para a Alemanha nazista. Nas mãos de Hitler, Olga, que era judia, foi presa num campo de concentração, onde morreu em 1942. Mas e se Getúlio Vargas tivesse sido camarada e deixado Olga voltar a Moscou? Ela teria o mesmo destino. A NKVD, a polícia secreta de Stálin, costumava executar espiões fracassados ou entregá-los a seu país de origem. Os espiões russos Pavel Stuchevski e Sofia Stuchskaia, que formavam a cúpula de conspiração comunista no Brasil ao lado de Luís Carlos Prestes e Olga, foram liberados por Getúlio Vargas no Rio de Janeiro e voltaram a Moscou. Em 1938, forma mortos pela NKVD. Se fosse libertada, a espiã chegaria à União Soviética em 1936 ou 1937, época um tanto perigosa para aparecer por lá. Durante o Grande Terror, dois terços dos comunistas alemães que viviam na URSS foram vítimas do regime que entusiasticamente defendiam. De 1.136 presos, a maioria foi executada ou morreu na cadeia, e 132 foram mandados de volta para a Alemanha nazista. Apenas 150 conseguiram, décadas depois, escapar da União Soviética. Após o pacto germano-soviético, outras centenas, a maioria judeus, foram entregues pelos soviéticos diretamente aos oficiais alemães de fronteira. Entre os comunistas alemães deportados por Stálin estava Margarete Buber-Neumann, que seria enviada pelos nazistas ao campo de trabalos forçados de Ravensbruck, onde ficaria amiga de ... Olga Benário.”


Estava lembrando da novela Joia Rara, da qual, em minhas andanças ando perdendo alguns capítulos, e que mostra este período conturbado da história brasileira. O que vemos é a luta entre uma ditadura de direita contra o esforço de pessoas iludidas por uma ilusão revolucionária de esquerda, e o povo sofrendo pelo meio. Ainda bem que aparecem os monges budistas para salvarem a cena.

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