“25.
Um dos episódios mais
lamentados na história do Brasil é a deportação de Olga Benário, durante o
governo de Getúlio Vargas, para a Alemanha nazista. Nas mãos de Hitler, Olga,
que era judia, foi presa num campo de concentração, onde morreu em 1942. Mas e
se Getúlio Vargas tivesse sido camarada e deixado Olga voltar a Moscou? Ela
teria o mesmo destino. A NKVD, a polícia secreta de Stálin, costumava executar
espiões fracassados ou entregá-los a seu país de origem. Os espiões russos
Pavel Stuchevski e Sofia Stuchskaia, que formavam a cúpula de conspiração
comunista no Brasil ao lado de Luís Carlos Prestes e Olga, foram liberados por
Getúlio Vargas no Rio de Janeiro e voltaram a Moscou. Em 1938, forma mortos
pela NKVD. Se fosse libertada, a espiã chegaria à União Soviética em 1936 ou
1937, época um tanto perigosa para aparecer por lá. Durante o Grande Terror,
dois terços dos comunistas alemães que viviam na URSS foram vítimas do regime
que entusiasticamente defendiam. De 1.136 presos, a maioria foi executada ou
morreu na cadeia, e 132 foram mandados de volta para a Alemanha nazista. Apenas
150 conseguiram, décadas depois, escapar da União Soviética. Após o pacto
germano-soviético, outras centenas, a maioria judeus, foram entregues pelos
soviéticos diretamente aos oficiais alemães de fronteira. Entre os comunistas
alemães deportados por Stálin estava Margarete Buber-Neumann, que seria enviada
pelos nazistas ao campo de trabalos forçados de Ravensbruck, onde ficaria amiga
de ... Olga Benário.”
Estava lembrando da novela Joia Rara, da qual, em minhas
andanças ando perdendo alguns capítulos, e que mostra este período conturbado
da história brasileira. O que vemos é a luta entre uma ditadura de direita
contra o esforço de pessoas iludidas por uma ilusão revolucionária de esquerda,
e o povo sofrendo pelo meio. Ainda bem que aparecem os monges budistas para
salvarem a cena.
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