Já estou noutra cidade e sentindo este país quase de ponta a
ponta. Se estivesse em campanha para presidente, eu já começaria por aqui a
armar meu palanque. Mas, sou só pré-candidata a vereadora de Bom Conselho, e
nem lá posso comparecer pelas ameaças que pairam sobre minha pessoa. Agora
tenho até um perseguidor com o status de filósofo enciclopédico. Deve ter
vivido na URSS e trouxe os maus costumes.
Continuemos meu diário de viagem com a ajuda da História
Politicamente Incorreta do Mundo do Leandro Narloch, falando sobre as 32 razões
para não levar o comunismo a sério. Já aviso que o número 32, que se igual hoje
ao número de partidos políticos no Brasil é uma mera coincidência.
“12.
Em 2001, durante o
funeral de Kim Jong-il, o segundo ditador norte-coreano, imagens de TV
mostraram pessoas exageradamente desesperadas, como se tivessem sido obrigadas
a se expressar daquele modo ou temessem uma represália caso não parecessem
tristes. No livro Arquipélado Gulag, o escritor Alexander Soljenítisin
descreveu a mesma situação na Rússia. Durante uma homenagem a distância a
Stálin, na reunião de um comitê local, ninguém queria ser o primeiro a parar de
aplaudir o grande líder. “Os homens da NKVD estavam de pé no salão aplaudindo e
vendo quem seria o primeiro. Naquele obscuro, pequeno salão, desconhecido pelo
Líder, o aplauso continuou por seis, sete, oito minutos! No fundo da sala, que
estava lotada, se poderia trapacear um pouco, aplaudir com menos frequência e
vigor, mas e na frente, diante da junta administrativa, onde todos poderiam
vê-los? Nove minutos! Dez! Até que, depois de onze minutos, o diretor da
fábrica de papel assumiu uma expressão de homem de negócios e se sentou. Ah,
foi um milagre!” Na mesma noite, o diretor da fábrica estava preso.”
Aqui no Brasil, não chegaram a prender a Heloísa Helena,
mas, dizem que foi por deixar de aplaudir o Lula antes da hora que colocaram
ela para fora do PT. Como ela não gosta aplaudir muito, é apenas vereadora em
Maceió. Como não aguentava mais aplaudir o Coronel Eduardo rompeu com o PT.
Também pudera, aplaudir Humberto Costa era demais para qualquer um.
E aproveitando o tempo de diversão, aí vai mais outra
ametista do socialismo real:
“13.
Os crimes de Stálin
foram revelados pelo seu sucessor, Nikita Kruschev. Durante o famoso discurso
de 1956 no qual admitiu o Grande Terror, Kruschev se esforçou para limpar a barra de Lênin.
Disse que Stálin havia traído os ensinamentos do primeiro líder soviético.
Surgiu assim o mito do “bom Lênin em contraposição ao “mau Stálin”, ideia que
fez nascer, no Brasili e me todo mundo, grupos revolucionários
marxistas-leninistas ou trotskistas. Na verdade, Stálin aprendeu tudo com
Lênin. Vem do líder da Revolução Russa a ideia de que o comunismo só seria
vitorioso se os revolucionários se livrassem, sem sentimentalismos, de uma
parte da população (o que hoje chamamos de genocídio). “longe de perverter ou
minar o legado de Lênin, como muitas vezes se presume, Stálin foi seu herdeiro
lógico”, diz o historiador Robert Gellately. “O primeiro ditador da União
Soviética e seu futuro sucessor não tinham grandes desavenças teóricas ou políticas
na área da doutrina comunista, muito menos no uso implacável e geral do
terror.” Lênin, também com o apoio de Trótski, inaugurou o costume de exigir
cotas de mortos por região, que depois Stálin aprimoraria. É isso mesmo, cotas,
plano de metas de mortes. A cúpula soviética espalhava um mapa sobre a mesa e
definia a quantidade de execuções que deveria ocorrer em cada região. “Não
permitiremos quaisquer concessões, quaisquer meias medidas”, dizia Lênin com
frequência.
Cruzes! Só em pensar que poderíamos ter entrado num regime
desses com o apoio de gente como a que hoje vemos apreciadoras das esquerdas
latino-americanas, me dá urticária.
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