quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Para não esquecerem de mim (9)



Já estou noutra cidade e sentindo este país quase de ponta a ponta. Se estivesse em campanha para presidente, eu já começaria por aqui a armar meu palanque. Mas, sou só pré-candidata a vereadora de Bom Conselho, e nem lá posso comparecer pelas ameaças que pairam sobre minha pessoa. Agora tenho até um perseguidor com o status de filósofo enciclopédico. Deve ter vivido na URSS e trouxe os maus costumes.

Continuemos meu diário de viagem com a ajuda da História Politicamente Incorreta do Mundo do Leandro Narloch, falando sobre as 32 razões para não levar o comunismo a sério. Já aviso que o número 32, que se igual hoje ao número de partidos políticos no Brasil é uma mera coincidência.

“12.

Em 2001, durante o funeral de Kim Jong-il, o segundo ditador norte-coreano, imagens de TV mostraram pessoas exageradamente desesperadas, como se tivessem sido obrigadas a se expressar daquele modo ou temessem uma represália caso não parecessem tristes. No livro Arquipélado Gulag, o escritor Alexander Soljenítisin descreveu a mesma situação na Rússia. Durante uma homenagem a distância a Stálin, na reunião de um comitê local, ninguém queria ser o primeiro a parar de aplaudir o grande líder. “Os homens da NKVD estavam de pé no salão aplaudindo e vendo quem seria o primeiro. Naquele obscuro, pequeno salão, desconhecido pelo Líder, o aplauso continuou por seis, sete, oito minutos! No fundo da sala, que estava lotada, se poderia trapacear um pouco, aplaudir com menos frequência e vigor, mas e na frente, diante da junta administrativa, onde todos poderiam vê-los? Nove minutos! Dez! Até que, depois de onze minutos, o diretor da fábrica de papel assumiu uma expressão de homem de negócios e se sentou. Ah, foi um milagre!” Na mesma noite, o diretor da fábrica estava preso.”

Aqui no Brasil, não chegaram a prender a Heloísa Helena, mas, dizem que foi por deixar de aplaudir o Lula antes da hora que colocaram ela para fora do PT. Como ela não gosta aplaudir muito, é apenas vereadora em Maceió. Como não aguentava mais aplaudir o Coronel Eduardo rompeu com o PT. Também pudera, aplaudir Humberto Costa era demais para qualquer um.

E aproveitando o tempo de diversão, aí vai mais outra ametista do socialismo real:

“13.

Os crimes de Stálin foram revelados pelo seu sucessor, Nikita Kruschev. Durante o famoso discurso de 1956 no qual admitiu o Grande Terror, Kruschev  se esforçou para limpar a barra de Lênin. Disse que Stálin havia traído os ensinamentos do primeiro líder soviético. Surgiu assim o mito do “bom Lênin em contraposição ao “mau Stálin”, ideia que fez nascer, no Brasili e me todo mundo, grupos revolucionários marxistas-leninistas ou trotskistas. Na verdade, Stálin aprendeu tudo com Lênin. Vem do líder da Revolução Russa a ideia de que o comunismo só seria vitorioso se os revolucionários se livrassem, sem sentimentalismos, de uma parte da população (o que hoje chamamos de genocídio). “longe de perverter ou minar o legado de Lênin, como muitas vezes se presume, Stálin foi seu herdeiro lógico”, diz o historiador Robert Gellately. “O primeiro ditador da União Soviética e seu futuro sucessor não tinham grandes desavenças teóricas ou políticas na área da doutrina comunista, muito menos no uso implacável e geral do terror.” Lênin, também com o apoio de Trótski, inaugurou o costume de exigir cotas de mortos por região, que depois Stálin aprimoraria. É isso mesmo, cotas, plano de metas de mortes. A cúpula soviética espalhava um mapa sobre a mesa e definia a quantidade de execuções que deveria ocorrer em cada região. “Não permitiremos quaisquer concessões, quaisquer meias medidas”, dizia Lênin com frequência.


Cruzes! Só em pensar que poderíamos ter entrado num regime desses com o apoio de gente como a que hoje vemos apreciadoras das esquerdas latino-americanas, me dá urticária.

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