Por Ateneia Feijó (*)
O espírito satírico costuma participar do carnaval nas ruas
dos centros urbanos brasileiros faz tempo. Andou sumido durante os anos de
chumbo, é verdade, mas reapareceu com a redemocratização do país.
Aí o carnaval não fez por menos. Entre outras coisas, passou
a aquecer a economia das cidades com as indústrias da folia. O reino de Momo
incrementou de diversas maneiras milhares de cadeias produtivas do mercado
sustentado. Com seus artistas, operários, artesãos; cenários, figurinos,
máscaras. Turismo. Etc.
Ah, as máscaras... Há quem se divirta encarnando personagens
políticos. Enalteça feitos, deboche de quem não teve vergonha na cara ou
ridicularize acontecimentos que rolaram recheados de traquinagem. Entretanto,
há quem aproveite a descontração para firmar a novidade nos carnavais deste
século: o engajamento ideológico de gênero.
Antes, homens se vestiam de mulher e mulheres se vestiam de
homem para brincarem em blocos na rua. Com a troca de roupa, trocavam de sexo;
de mentirinha, sem necessidade de qualquer justificativa. Era uma transgressão
familiar, permitida... Afinal, era carnaval.
Agora, cada um veste o que quer. Não mais roupa de homem ou
de mulher; mas a própria roupa. Parece, então, que ficou mais simples. Nem
tanto. O carnaval tem dia para terminar.
E as bandeiras ideológicas comportamentais estarão de volta
às discussões políticas. Por quê? Porque na percepção da maioria dos jovens já
há consenso de que não existe bem-estar sem liberdade de expressão, igualdade
de oportunidades, justiça social e sustentabilidade.
Instintivamente, essa maioria sente que chegou a hora de
definir seus desejos. O que quer da vida, o caminho a seguir, que causas
apoiar. Parlamentares escabrosos e picuinhas partidárias pouco lhe interessa.
Porém, a juventude brasileira ainda é pressionada por tabus.
Dividida por confrontos partidários conservadores, os quais se fundamentam em
seitas e segmentos religiosos (católicos, evangélicos, muçulmanos e judeus
ortodoxos) que não aceitam casamento gay e adoção de crianças por homossexuais.
A questão estará naturalmente na pauta dos programas de
governo de candidatos à Presidência da República, em 2014.
A ex-senadora Marina Silva, por exemplo, na segunda quinzena
de fevereiro, começa a coleta de assinaturas para sua nova legenda. Todos sabem
que ela gosta de debater sobre o futuro do país. Como se sairá em um embate com
esse imprevisto engajamento comportamental de gênero entre os jovens?
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(*) Publicado no Blog do Noblat em 05.02.2012. Belo ponto
levantado pela Ateneia neste carnaval. Embora não seja verdade absoluta que os
homens não se vistam mais de mulheres, eu nunca mais vi as mulheres se vestirem
de homem, como no São João.
Um ponto ela levanta que é importante. Como os pretensos
candidatos a presidente em 2014 vão encarar o problema do gênero e mais
especificamente a questão da sexualidade? Hoje, há um confronto permanente
entre a maioria das religiões e a chamada questão gay.
Eu nasci numa cidade onde homem era homem e mulher era
mulher, por decreto do padre. Quando aparecia algum menino brincando de boneca
ou uma menina jogando futebol, os pais eram levados a deturparem suas personalidades
para não ferirem o decreto.
Hoje está tudo mudado, graças a Deus. Não nas mentes
religiosas pouco críticas ou obedientes como ovelhas no aprisco. Para mim,
religiosa, mas não ovelha, a homossexualidade e mais um elástico do que polos
estanques. E o preconceito contra a homossexualidade ainda ocorre em maior ou
menor grau por este Brasil afora.
Nos Estados Unidos a turma do arco-íris já levou o
presidente americano a reconhecer seus direitos, como nem homem nem mulher e
muito menos pelo contrário, e sim com seres humanos, o que transforma a questão
num problema de política nacional. Aqui ficou difícil até a saída da PAPACAGAY
(Parada Gay de Bom Conselho) recentemente, mas, que espero, será no Carnaval,
certamente.
Será um tema necessariamente para ser debatido até 2014,
principalmente, se a Dilma for candidata. E os religiosos ovelhas que preparem
as armas.
Estou doida para vê qual será o programa do partido da
Marina. Eu já não a admiro (por razões que não posso tratar aqui) como antigamente.
(LP).
NA ÚLTIMA SEXTA-FEIRA, FOMOS CHAMADOS DE PALHAÇOS!!! O SENADOR POR ALAGOAS RENAN CALHEIROS TORNOU-SE PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL COM 56 VOTOS SECRETOS!!! NÃO PODEMOS FICAR CALADO E DE MÃOS ATADAS!!! POR ISSO, VAMOS ASSINAR O IMPEACHMENT DE RENAN(SÃO APENAS 1.360.000 MIL ASSINATURAS E JÁ PASSAMOS DE 200 MIL. ASSINE, DIVULGUE, COMPARTILHE!!! http://www.avaaz.org/po/petition/Impeachment_do_Presidente_do_Senado_Renan_Calheiros/
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