Ontem eu estava lendo a página Deu nos Blogs, lá na AGD, o
que sempre faço devido a me economizar tempo, ou pelo menos não perdê-lo quando
as postagens são bobas, e li, num link do Blog do Inaldo Sampaio, o seguinte:
“A oposição está no
seu papel ao resolver pedir informações ao Palácio das Princesas sobre o
fretamento de aeronaves por parte do governo estadual. Segundo o Portal da
Transparência, foram gastos nos últimos 18 meses apenas com esse fretamento
mais de R$ 5 milhões. Se isso é muito ou pouco para um Estado como Pernambuco,
é questão que se pode discutir. Mas não se pode cobrar de um governador, seja
ele quem for, que viaje regularmente em avião comercial.
Governante que
depender de avião de carreira para se deslocar pelo Brasil ou mesmo pelo estado
que governa ficará refém do fator “tempo”. Teria que chegar ao aeroporto com
uma hora de antecedência, fazer “check-in”, despachar bagagem, etc. E no
aeroporto do destino teria que esperar pelo menos 30 minutos pela liberação das
malas. Por aí se vê que é inviável depender de avião de carreira para
deslocar-se, sem contar o tempo que perderia com esse tipo de operação.
Governador quando
chega a Brasília não tem hora para ser liberado pelo presidente da República ou
pelos seus ministros. Se ficasse na dependência dos aviões de carreira, que têm
hora marcada para decolar, sacrificariam bastante a administração dos seus
estados. É por isso que todos viajam em aviões alugados. Pode até não ser mais
barato, mas é muito mais racional.”
Eu não me dei ao trabalho de procurar a postagem original,
pois não achei necessário. Fiquei apenas assuntando sobre o conteúdo deste
trecho. O que o jornalista diz é que os governadores não podem perder tempo com
seu contactos, fora dos seus estados, e é muito mais racional gastar vultosas quantias
com aeronaves fretadas, ao invés de usarem os aviões de carreira.
O que o jornalista não faz é a pergunta certa: “Por que os nossos governantes viajam tanto?”.
Como vimos nos últimos tempos, há várias respostas todas com o mesmo peso
ético: Assistir a jogos de futebol, ir a casamentos dos amigos, visitar
parentes, inaugurar obras, fazer
propaganda deles próprios, etc. e aqueles com outros pesos éticos como, ir a
reuniões de trabalho, atender a chamados importantes de outras autoridades,
enfim, coisas que valem a pena serem feitas, dentro do papel constitucional de
cada um.
Quanto aos primeiros motivos, eu nem comentarei, e deixo
para a voz roucas da rua cobrarem as passagens, em relação ao Disk-FAB, espero,
de saudosa memória. Os outros, ditos justos motivos é que me detém aqui, nesta sexta-feira
modorrenta aqui em Recife, já me preparando para ir ao supermercado comprar sal,
coisa mais importante para mim, do que encontrar com a Dilma ou com o Lula, por
exemplo.
E por isso mesmo fico pensando. Para mim, comprar sal é uma
atividade fundamental, pois não o tendo, meus afazeres ficam comprometidos. E tenho
que sair de casa, enfrentar um trânsito horroroso para fazê-lo e gastar o meu
suado dinheirinho. Por que eu não vou de helicóptero, então? Dizem que o Sérgio
Cabral, vai. Por que não eu? O nosso governador, se tivesse o mesmo problema,
usaria uma aeronave fretada. Qual a diferença entre eu e eles? Importância da
tarefa? Claro que não, pois comida insossa para mim e para eles é tudo igual e
o povo de cada um não aprovaria.
Há muitas diferenças, mas, apenas uma eu comentarei aqui. O
dinheiro para comprar sal, no meu caso, é meu e no caso deles, o dinheiro é meu
também. E ambos temos que zelar por ele, porque se não o fizermos o povo tem
obrigação de se manifestar (espero que sem queima de pneus, pois daqui a pouco
não conseguiremos mais respirar).
Ora, mas se queremos o sal, temos que comprá-lo, e, da forma mais eficiente. No meu caso, seria,
telefonar para o mercadinho e o entregador vir trazê-lo. No caso dos
governadores é usar a tecnologia à sua disposição e parar de zanzar por este
país gastando o meu dinheirinho suado.
Por que o Eduardo tem que ir a Brasília para dizer bom dia a
Dilma. Pois tenho certeza que eles não chegam a conversar mais do que isto, e
quando o fazem, é para Dilma dizer: “Olha,
Dudu, o Lula pediu para você ficar na sua, por um pouco mais de tempo. Você
está muito açodado com este negócio de candidatura. Cuidado na vida, meu rapaz!”.
E o Eduardo não teria nada o que responder. Então porque não usar o telefone?
Só porque o Obama os escutariam?
Se, quiserem olhar olho no olho, usem o Skipe. Eu já
converso com meus filhos e dou bronca neles usando esta nova tecnologia
comunicativa, eficiente e barata. E para eles ainda há as vídeos conferências. Para
que usar aeronaves e outros meios para o deslocamento?
O que sei é que poderíamos economizar uma fábula do nosso
dinheirinho, se ao invés desta turma ficar viajando por aí, mesmo correndo o
risco das escutas do Obama, conversasse cada um de onde está. Mesmo porque, o
Brasil não em muito o que esconder do Estados Unidos. Eles é que tem que
esconder de nós, como por exemplo, com que chapinha a Michele faz aquela
franja. Eu já tentei de tudo e não consigo.
Falando com Vilma, minha faxineira, que tem que usar o
ônibus para se deslocar para o trabalho, e perfeita conhecedora da utilidade do
seu celular, ela me perguntou algo que matou toda a charada de nossas
autoridades viajarem tanto:
- Dona Lucinha, se o
governador não for falar com a presidente, como ele poderá tirar um foto com
ela?
Eu ainda pensei eu falar sobre foto montagem e outros
recursos, mas, terminei aceitando que este talvez seja o grande motivo de
tantas viagens, e do fogaréu com o nosso dinheirinho. E viva o Brasil!
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