terça-feira, 23 de julho de 2013

Dilma: ESQUECERAM DE MIM




Ontem vi a chegada do Papa ao Brasil e fiquei emocionada pela simplicidade do sumo pontífice, e o seu despojamento em relação à segurança. Fiquei com o coração na mão quando aquela multidão cercou seu carro e ele continuou bravamente com o vidro aberto mostrando grande coragem. Foram momentos de tensão realmente, mas, pela sua expressão quando do carro desceu era de felicidade.

Com aquele sorriso de felicidade ele conseguiu até que a presidenta continuasse fingindo para o povo que era feliz. Se tivesse um pingo de povo naquela ocasião teríamos uma nova vaia, que seria uma vaia papal. O Nelson Rodrigues dizia que o carioca é tão impertinente que vaia até minuto de silêncio no Maracanã. Talvez, este mesmo povo pedisse permissão à Sua Santidade e começasse o grito que a presidenta merece.

Na solenidade no Palácio do Governo, a festa mais cara de quer se teve notícias (falaram que se gastou R$ 800 mil reais para 600 pessoas, o que dá uns R$ 1300,00 por pessoa, e que daria para alimentar umas 20 pessoas por mês no Bolsa Família) e a Dilma continuou com o sorriso nos lábios, porque sabia, que pela educação do Sumo Pontífice, ele jamais pediria para ela fazer o Sinal da Cruz, o que ela, se fosse o caso, faria com a mão esquerda.

E foi no discurso que ela destoou mais. Fez um comício, com um texto escrito pelos assessores de Lula. Aquela estória de que as manifestações tiveram como causa o progresso do Brasil na era Lula é de uma desfaçatez sem tamanho. Graças a Deus o Papa não entende bem o português e ela não falou em búlgaro. O problema é que o PT não tem limites quando se trata do poder. É o antigo ardor revolucionário que está embutido em um grupo que se acha deus e pensa que sabe o que é bom para todos, sem deixar qualquer brecha para dissidência. É o totalitarismo em estado puro.

O totalitarismo eu critico até em minha própria Igreja, pois, como sempre digo, sou católica mas não sou ovelha. E o que vejo no Papa Francisco é um homem aberto e generoso que pode fazer a reforma que Ela precisa, como tanto ansiei e anseio que seja feito no Brasil, para aprofundar nosso, ainda criança, regime democrático.

Por falar em criança, quando meus filhos eram ainda adolescentes e crianças, eu assisti a um filme chamado “Esqueceram de mim”. Era a história de uma criança de uma grande família que foi esquecida em casa numa viagem de seus pais. Lembrei da fita quando o Joaquim Barbosa, meu super-herói, foi cumprimentar os donos da festa o Papa e a Dilma, cumprimentou o Papa e esqueceu da Dilma, que só não ficou com uma cara de tacho maior, porque olhou para o sorriso do Papa Francisco de olhos naquele afrodescendente, todo garboso e chefe de um poder da República.

Eu fiquei encafifada do porquê o Joaquim esqueceu a Dilma. Será problema de óculos vencido? Será que ele pensou em dar o troco pelas grossuras que a Dilma aprontou em sua posse? Será que foi um aviso, dizendo que ela se tornou um “pato-manco” (lame duck) na presidência, como a rainha da Inglaterra, que reina mas não governa? Ou simplesmente não gostou daquele tailleur que ela usou na missa durante a campanha quando precisou da assessoria para fazer o Sinal da Cruz?

Eu não sei, mas que foi o grande ponto da manifestação, isto foi. E encontrando o filme do momento, coloco-o ai abaixo para que vocês mesmo deduzam as intenções do Joaquim. O que posso antecipar é que pode até ter sido puro esquecimento, mas, foi bem feito. Ou seja, o Joaquim pode até nem saber porque estava dando, mas, tenho certeza a presidenta sabia porque estava apanhando. É o “Esqueceram de mim” tupiniquim.


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