Ontem vi a chegada do Papa ao Brasil e fiquei emocionada
pela simplicidade do sumo pontífice, e o seu despojamento em relação à
segurança. Fiquei com o coração na mão quando aquela multidão cercou seu carro
e ele continuou bravamente com o vidro aberto mostrando grande coragem. Foram
momentos de tensão realmente, mas, pela sua expressão quando do carro desceu
era de felicidade.
Com aquele sorriso de felicidade ele conseguiu até que a
presidenta continuasse fingindo para o povo que era feliz. Se tivesse um pingo
de povo naquela ocasião teríamos uma nova vaia, que seria uma vaia papal. O
Nelson Rodrigues dizia que o carioca é tão impertinente que vaia até minuto de
silêncio no Maracanã. Talvez, este mesmo povo pedisse permissão à Sua Santidade
e começasse o grito que a presidenta merece.
Na solenidade no Palácio do Governo, a festa mais cara de
quer se teve notícias (falaram que se gastou R$ 800 mil reais para 600 pessoas,
o que dá uns R$ 1300,00 por pessoa, e que daria para alimentar umas 20 pessoas
por mês no Bolsa Família) e a Dilma continuou com o sorriso nos lábios, porque
sabia, que pela educação do Sumo Pontífice, ele jamais pediria para ela fazer o
Sinal da Cruz, o que ela, se fosse o caso, faria com a mão esquerda.
E foi no discurso que ela destoou mais. Fez um comício, com
um texto escrito pelos assessores de Lula. Aquela estória de que as
manifestações tiveram como causa o progresso do Brasil na era Lula é de uma
desfaçatez sem tamanho. Graças a Deus o Papa não entende bem o português e ela
não falou em búlgaro. O problema é que o PT não tem limites quando se trata do
poder. É o antigo ardor revolucionário que está embutido em um grupo que se
acha deus e pensa que sabe o que é bom para todos, sem deixar qualquer brecha
para dissidência. É o totalitarismo em estado puro.
O totalitarismo eu critico até em minha própria Igreja,
pois, como sempre digo, sou católica mas não sou ovelha. E o que vejo no Papa
Francisco é um homem aberto e generoso que pode fazer a reforma que Ela
precisa, como tanto ansiei e anseio que seja feito no Brasil, para aprofundar
nosso, ainda criança, regime democrático.
Por falar em criança, quando meus filhos eram ainda
adolescentes e crianças, eu assisti a um filme chamado “Esqueceram de mim”. Era a história de uma criança de uma grande
família que foi esquecida em casa numa viagem de seus pais. Lembrei da fita
quando o Joaquim Barbosa, meu super-herói, foi cumprimentar os donos da festa o
Papa e a Dilma, cumprimentou o Papa e esqueceu da Dilma, que só não ficou com
uma cara de tacho maior, porque olhou para o sorriso do Papa Francisco de olhos
naquele afrodescendente, todo garboso e chefe de um poder da República.
Eu fiquei encafifada do porquê o Joaquim esqueceu a Dilma.
Será problema de óculos vencido? Será que ele pensou em dar o troco pelas
grossuras que a Dilma aprontou em sua posse? Será que foi um aviso, dizendo que
ela se tornou um “pato-manco” (lame duck)
na presidência, como a rainha da Inglaterra, que reina mas não governa? Ou
simplesmente não gostou daquele tailleur que ela usou na missa durante a
campanha quando precisou da assessoria para fazer o Sinal da Cruz?
Eu não sei, mas que foi o grande ponto da manifestação, isto
foi. E encontrando o filme do momento, coloco-o ai abaixo para que vocês mesmo
deduzam as intenções do Joaquim. O que posso antecipar é que pode até ter sido
puro esquecimento, mas, foi bem feito. Ou seja, o Joaquim pode até nem saber
porque estava dando, mas, tenho certeza a presidenta sabia porque estava
apanhando. É o “Esqueceram de mim” tupiniquim.
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