Dilma, a Magnânima - Padrão Felipão?

Hoje estou no mesmo clima do Recife, com tempo fechado e chovendo aquela chuva que atrapalha todos, mas, compensa por encher os reservatórios e evitar o tormento do racionamento. É nas horas em que precisamos do poder público, pois ele monopoliza o setor das águas, que vemos que temos que protestar, e muito. Quando alguém toma um neto no colo e vai dar-lhe banho e ao chegar ao banheiro não tem água corrente, o desejo de ir para as ruas aumenta.

E com este exemplo, eu introduzo os problemas brasileiros em geral. Falta de saneamento básico, problemas na oferta d’água, caos no transporte coletivo, problemas no trânsito, fila nos hospitais, problemas na distribuição de energia, educação de baixa qualidade, violência urbana, etc. etc. etc.

O povo descobre que não tem mais a quem apelar e sai às ruas. Eu por causa do meu neto, outros por causa de não poder chegar ao trabalho, outros ainda por achar que isto acontece porque estamos sendo roubados através da corrupção, mas, todos só tem uma certeza: São os governos que são culpados. E como ainda não sabem distinguir colocam a classe política como um todo em cheque, sem lembrar bem que um dos pontos fortes de um Estado Democrático de Direito é a possibilidade de mudar os políticos que os possam representar.

Mas, o que ficou evidenciado, já por muito tempo, é que nos últimos 10 anos, pelo menos o governo federal, esquece deste “pormenor” e quer se manter no poder indefinidamente. Ora, se através, dos meios normais não se conseguiu fazer a revolução sonhada nos anos de repressão, agora no poder, por que não tentar?

E o povo descobriu que, se continuasse assim, teríamos o PT no governo, todos recebendo bolsa família e embarcando na propaganda do “País rico é país sem pobreza” que é a tautologia mais execrável que apareceu nos últimos tempos, porque é símbolo da perenidade de um partido no poder, a la republiqueta sul americana. E este povo vai às ruas, na impossibilidade de apear o governo de forma legal, no momento, pedindo tudo que não tem e poderia ter, se não fosse a ineficiência e a corrupção que assola o país.

Então, a presidenta, como se acordasse de sono profundo, sem pelo menos saber que está há mais de 10 anos no poder, e tenta resolver tudo. Como? Primeiro com uma Constituinte, que eu já disse foi um vexame de proporções dílmicas. Colocada esta viola no saco, com o rabo entre as pernas, não se dá por vencida, tenta continuar resolvendo os problemas do país. Como? Propondo um plebiscito sobre uma Reforma Política.

Ninguém precisa ser vidente para saber que isto é mais um embuste presidencial. A presidenta está mais perdida do que cego em tiroteio, como diziam lá em Bom Conselho. E só quem esperava o contrário eram os áulicos de sempre, que referenciavam o apedeuta Lula, e depois do mensalão e da Rose ficaram órfãos e começaram a louvar a Dilma.

Eu, outro dia, vou colocar aqui o que já li sobre uma reforma política, que o Brasil tanto necessita, mas, pela complexidade do tema, uma consulta popular açodada e num momento de crise seria só para privilegiar o projeto antigo do PT, de com Lula, seguir o Chávez, até mesmo no céu.

Ainda bem, que, pelo que leio hoje, vai ser muito difícil realizar o desejo de Dilma, a Magnânima, e o tiro poderá ter saído pela culatra, como já se comprova pela sua queda de popularidade. Mas, como os políticos brasileiros são tão viciados em poder por enganação, quem sabe se o Renan coloca em votação um projeto para aceitar participação popular pela internet, e alega que a lei não retroage para prejudicar o réu? E complexo de vira-lata me toma toda, e me sinto mal por tudo que não fiz e tudo que não lutei. Espero viver um pouco mais, no entanto.

E, ontem, vejo a presidenta, com sua maquiagem de 6 milhões de dólares, declarar que é “Padrão Felipão”. Foi demais para minha sanidade. Depois de “meus sais” e acalmei e pensei bem. Como a presidenta anda no mundo da lua, o padrão que ela quis falar foi aquele do Felipão no Palmeiras. E que o novo Felipão não a ouça, para não querer chegar ao Padrão Dilma de qualidade. Seria uma adeus aos hexa, que para nós alvi-rubros, ainda é luxo.