Acordo hoje ainda batendo na boca para apagar o incêndio da
língua por ter duvidado do Felipão. Também pudera, pelo pouco que entendo de
futebol, que é mais de ir ver o Náutico em sua fase de glória, e pelo hábito de
ficar com um bando de marmanjos olhando alguns jogos, e servindo tira-gostos, penso
que ninguém realmente acreditaria mais nele. E pelas lambanças que a CBF vinha
fazendo a escolha da comissão técnica me parecia mais algo tipo o plebiscito da
presidenta: Uma solução de compromisso.
Mas, depois do jogo de ontem comecei a ter mais fé que o
Brasil poderá conquistar a Copa do Mundo no próximo ano, no Maracanã, apagando
de vez o fantasma de 50. No entanto, isto ainda exige algumas
condicionalidades, como, por exemplo, desvincular o futebol da política, de
forma que ele não ajude mais alavancar eleições de quem quer que seja. Mas,
será que isto ocorrerá mesmo? Neste novo país, onde o povo foi para as ruas e
acossa político de todos os lados, talvez.
No entanto, li hoje que a Dilma vai receber a seleção em
palácio, para os cumprimentos de praxe. Já que ela não teve coragem de ir ao
Maracanã, agora seus marqueteiros querem tirar uma casquinha do sucesso da
seleção. Eu, não sou muito de insuflar grupos a irem às manifestações, e até os
coíbo, como fiz com meus netos, porque eles queriam ir às ruas a favor da Lei
da Palmada. Juro que não toquei neles, mas, chamei o pai... Mas, que este
encontro mereceria um protesto, pelo menos a la Vampeta (para os mais jovens,
vejam em seguida), mereceria.
Quanto às recepções de seleções nos palácios, eu tenho uma
vaga lembrança da época de 70, que o Médici transformou a vitória da seleção no
México quase num ato institucional para enganar os brasileiros. E na época do
Fernando Henrique em 2002, na qual, o Vampeta saiu rolando pela rampa do
palácio, sob o olhar atônito do presidente. Tomara que a seleção, depois de ser
recebida pela presidenta, tenha a mesma ideia e role pela rampa. Isto não será
difícil de acontecer, mesmo que eles não tenham planejado o ato. Quando eles
chegarem lá e sentirem o mau cheiro de demagogia e enganação desta recepção,
talvez desmaiem todos e caiam dentro daqueles lagos que o Niemeyer deve ter
projetado para isto. Ou seja, depois de visitas a políticos do tipo, um bom
banho, não faria mal a ninguém.
O que me deixou mais com vergonha foi a solenidade de
premiação, onde do governo só havia o Aldo Rabbelo, ministro do esportes, escondendo-se por trás dos dirigentes da FIFA,
e que deve ter avisado: “Não digam que eu
estou aqui”. Para entregar a taça aos campeões quase que foi forçado a ir
pelo fifeiro-mor. Um vexame de proporções dílmicas.
Quanto ao mais, foi só festa, e a contar pelos gritos aqui
na rua, o brasileiro voltou a confiar no Felipão, e eu com eles. Dá-me vontade
de gritar algo e que não vou resistir nestes tempos de manifestações mil e pela
“mancha” que tomou a frase nos anos de
chumbo, mas, agora eu a digo, só em relação à seleção e pela queda de
popularidade da Dilma: “Prá frente,
Brasil!”
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